Réptil com quase dois metros de comprimento foi encontrada no banheiro da casa 

As cobras estão invadindo os espaços urbanos. Desta vez foi no Parque dos Ypes, quando uma jiboia de quase dois metros foi encontrada no banheiro de uma das residências daquele bairro. Apesar de não ser venenosa, com certeza o susto foi grande, afinal de contas é muito forte e, se necessário, utiliza toda sua musculatura para se defender e eliminar suas presas. As jiboias são répteis da família Boidae e é considerada uma das maiores serpentes do planeta. É a segunda maior espécie do território nacional e relativamente comuns de se encontrar nos ambientes domésticos. 

O corpo de Bombeiros foi acionado para capturar o réptil, que, posteriormente foi devolvido ao seu habita natural. Ninguém se feriu. 

Porque cobras aparecem cada vez mais em espaços urbanos

Elevação da temperatura, construções próximas à região de mata, destruição do habitat natural, mato alto são fatores que ajudam a explicar, segundo especialistas do Butantã, as aparições de serpentes em áreas urbanas das cidades. 

Segundo o biólogo Christian Raboch, no Brasil há cerca de 400 espécies de serpentes e cerca de 15% delas são peçonhentas. De acordo com o especialista, quando o encontro entre serpentes e seres humanos acontece, pode trazer impacto negativo para ambos. “As serpentes normalmente não atacam, elas se defendem. Em várias partes do Brasil, em especial Sul e Sudeste, observa-se o aumento no registro de aparecimento. E isso se dá por dois fatos: ou pelo aumento da perda de habitat ou por uma conscientização maior das pessoas que estão identificando esses animais e chamando o órgão ambiental para o resgate”, afirma.

Calor

O aumento das temperaturas também contribui para o aparecimento das serpentes em ambientes urbanos. “Elas são animais em que o metabolismo é diretamente influenciado pela temperatura do ambiente. Então com o aumento das temperaturas o número de registros e de encontros também aumentam. E consequentemente a chance de acidente também”, explicou o biólogo. 

O que fazer em caso de picada

Caso seja picado por uma cobra, não se deve amarrar o local. Segundo o biólogo, o torniquete pode aumentar o risco de necrosar o local e resultar até em amputação; não se deve cortar o local, fazer perfurações ou sucção; o local da picada deve ser lavado com água e sabão; a vítima deve ser levada o mais rápido possível ao hospital; é importante tentar identificar a serpente (pode ser por foto, se possível) pois isso facilitará para escolha do soro antiofídico a ser aplicado.

Onde ligar

Entre em contato com os Bombeiros (193) ou com a Polícia Ambiental da sua cidade (190); em caso de acidente com serpente, entre em contato com o Samu (192), os Bombeiros (193) ou se dirija ao hospital público mais próximo. 

*Eliana Saraiva, com informações do Butantã

Foto da Jiboia: cedida pelo morador .