Honraria homenageia personalidades matonenses que tenham se destacado na luta pelos direitos da comunidade negra

Em comemoração aos 135 anos da abolição da escravidão no Brasil, completados no último dia 13 de maio, a Câmara Municipal realizou na quinta-feira (15), sessão solene de outorga da medalha José do Patrocínio à quatro mulheres, Amanda Maria Romão, Maria de jesus Araújo, Maria Helena Ribeiro do Nascimento e Marinéia Alves Gregório, por se destacaram na luta pelos direitos da comunidade negra em Matão.

Presidida pelo vereador China Calabres, presidente da Câmara, a mesa diretora foi composta pelas seguintes autoridades: Sr. Hélio Floriano, Gerente de Difusão Cultural e Eventos, que na oportunidade representou o prefeito Cido Ferrari; Vereador Paulo Bernardi, representando o autor da propositura, o ex-vereador e ex-prefeito Edinardo Esquetini; Sr. Sérgio Floriano, Presidente do Centro de União da Comunidade Negra de Matão e o Sr. Sérgio Figueira, responsável pelo Projeto Negritude Matão.

A solenidade contou ainda com a presença dos vereadores Everaldo de Carvalho, Dr. Luiz Pelanca, Policial Carmo e Davison Sensei, do historiador João Bento (Cucão), além de outros representantes da comunidade negra, familiares e amigos das homenageadas.

“Aproveito a oportunidade para parabenizar a comunidade negra de Matão por manter viva esta honraria tão importante para a história da nossa cidade, pois ela homenageia as pessoas que se destacam pela luta racial em Matão. Também parabenizo o vereador Paulo Bernardi que tem abraçado a causa e apresentado importantes projetos em prol da comunidade negra. E claro as homenageadas, que são merecedoras desta honraria”, afirmou o presidente China Calabres.

Os demais membros da mesa diretora fizeram resgates históricos do movimento negro no Brasil e em Matão e foram unânimes em destacar a importância do estudo, do conhecimento e da representatividade para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Já as homenageadas expressaram sua gratidão e se mostraram ainda mais motivadas a seguir o caminho de luta em suas respectivas áreas de atuação.

“A luta racista é minha vida. Como mulher negra, ver outras três mulheres sendo homenageadas é importante e diz muito. Agradeço a Câmara pelo espaço. Quero voltar muitas vezes aqui para contar grande feitos e para proporcionar para aqueles que vierem depois de mim, grandes oportunidades”, disse Amanda Maria Romão.

“Como eu gosto de dança, sempre fiz o melhor para trazer medalhas para Matão, durante os Jogos Regionais. Dessa vez me sinto honrada por estar recebendo essa medalha”, destacou Maria de Jesus Araújo.

“É um prazer imenso receber essa medalha que vou carregar no peito e no coração com bastante orgulho. Como foi dito aqui, é preciso estudar e lutar pela nossa causa. É difícil, mas a gente chega lá”, afirmou Marinéia Alves Gregório.

“Agradeço a homenagem. E como sempre falo, é bom recebermos homenagens enquanto estamos vivos, para sentirmos a emoção do momento”, agradeceu Maria Helena Ribeiro do Nascimento.

Medalha José do Patrocínio

A honraria foi criada em Matão através da Lei nº 3.697/2005, que instituiu o dia 13 de maio como data Cívica Comemorativa referente ao “Dia da Abolição da Escravidão no Brasil”, alterada pelas Leis nº 4.350/2011 e nº 4.836/2015.

A medalha é outorgada, anualmente, a quatro representantes de movimentos, entidades ou pessoas físicas que tenham se destacado na luta pelos direitos dos negros. Os nomes dos homenageados são previamente indicados pelas seguintes entidades: Movimento Negro do IV Centenário, Comucon (Conselho Municipal de Participação e Integração da Comunidade Negra), Projeto Negritude e representante em Matão do Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de São Paulo.

Quem foi José do Patrocínio?

José Carlos do Patrocínio (1853-1905), foi um jornalista, orador, poeta e romancista brasileiro. Destacou-se como uma das figuras mais importantes dos movimentos Abolicionista e Republicano no país. Foi também um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a Cadeira nº 21, cujo patrono é Joaquim Serra.

Fonte: AIC