Apesar de ambas as plataformas prometerem máxima segurança e proteção de dados aos usuários, a própria agência norte-americana descreve estas plataformas como as mais permissivas que existem.
Um relatório do FBI divulgado na segunda-feira, (29), revelou o alcance dos dados pessoais que a agência norte-americana é capaz de coletar de mensageiros populares como o iMessage da Apple e o WhatsApp, usando uma ordem judicial ou intimação.
O relatório, datado de 7 de janeiro de 2021, elaborado em conjunto pelas divisões de Ciência e Tecnologia e de Tecnologia Operacional do FBI, revela os diferentes meios que a agência possui para extrair dados confidenciais dos usuários de nove plataformas de mensagens, especificamente o iMessage da Apple, Line, Signal, Telegram, Threema, Viber, WeChat, WhatsApp e Wickr.
Segundo a publicação da revista Rolling Stone, o WhatsApp pode fornecer informações praticamente em tempo real sobre um usuário e suas atividades graças aos metadados que gera. Embora o FBI não possa acessar diretamente as mensagens, tem à sua disposição outros valiosos dados do usuário espiado, como seus contatos e registro de comunicações.
O documento do FBI revela que outro gigante tecnológico, a Apple, tem a obrigação de entregar informações básicas de seus usuários, bem como os registros de 25 dias de atividade no iMessage. Com uma ordem judicial, a agência norte-americana tem o direito de acessar as mensagens enviadas e recebidas que podem estar armazenadas no iCloud.
Apesar de o WhatsApp e o iMessage prometerem aos seus clientes a máxima segurança e proteção de seus dados, o próprio relatório do FBI descreve os dois aplicativos como os mais permissivos que existem.
Em comparação, a plataforma Signal fornece apenas a data e a hora que o usuário se registra e conecta. Por sua vez, o Wickr fornece dados sobre o dispositivo, a data de criação da conta e informações básicas do usuário.
“A privacidade é essencial para a democracia. A facilidade com que o FBI vigia nossos dados em rede, extraindo os detalhes mais íntimos de nossa vida cotidiana, ameaça a todos nós e abre caminho para um governo autoritário”, ressaltou Ryan Shapiro, diretor-executivo da Property of the People, organização com sede em Washington, que divulgou o relatório.
Redação: Eliana Saraiva, com informação da Revista Rolling Stone