Agência orienta laboratórios de microbiologia a intensificarem a vigilância
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que foi notificada sobre o terceiro caso do fungo Cândida auris, conhecido como superfungo, no Brasil. O paciente infectado estava internado em um hospital da rede pública de Recife, Pernambuco (PE). A identificação foi confirmada pelo laboratório de referência, que é o Laboratório Central de Saúde Pública Prof. Gonçalo Moniz – Lacen/BA.
De acordo com a Anvisa, foram adotadas ações para conter a disseminação do organismo no hospital e ainda há outro caso suspeito, que está em investigação laboratorial. A agência argumenta que, apesar de no momento haver só um caso confirmado e outro em análise no Brasil, pode-se considerar que há um surto de Cândida auris no país.
A Agência explica que a “definição epidemiológica de surto abrange não apenas uma grande quantidade de casos de doenças contagiosas ou de ordem sanitária, mas também o surgimento de um microrganismo novo na epidemiologia de um país ou até de um serviço de saúde – mesmo se for apenas um caso”.
Superfungo é ameaça global
O superfungo é resistente a medicamentos e a infecção causada por ele pode levar à morte. Ele foi catalogado pela primeira vez ao ser encontrado no canal auditivo de um paciente na Coreia do Sul, em 2009. Desde então, houve casos identificados em mais de 30 países como Estados Unidos, Índia, Inglaterra, África do Sul, Venezuela, Colômbia, Israel, Paquistão, Quênia, Kuwait, Reino Unido e Espanha, além do Brasil.
A ameaça à saúde global é tão séria que cientistas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, consideram que o superfungo pode ser o causador de uma possível próxima pandemia.
O que é Cândida auris e como acontece a transmissão
O Cândida auris é uma espécie de fungo que cresce como levedura e pode permanecer em superfícies inanimadas por longos períodos, podendo chegar a meses. Algumas pesquisas já constataram que diversos desinfetantes, entre os quais, os que são à base de quartenário de amônio não são capazes de matar o fungo. É por essa e outras razões que os cientistas têm tratado o C. auris como o “patógeno quase perfeito”.
O vírus representa maior risco a pacientes hospitalizados com o sistema imunológico comprometido ou internados em unidades de terapia intensiva que fazem uso de cateteres vasculares e sondas.
A transmissão não é totalmente conhecida, mas há evidências de que isso aconteça através do contato pessoa a pessoa e, também, por meio do contato prolongado com superfícies ou dispositivos médicos contaminadas pelo fungo.
Fonte: ANVISA