Projeção representa aumento de 7,9% em relação a 2021
As fábricas de motocicletas estão otimistas para 2022. A produção de motocicletas deve atingir 1,29 milhão de unidades neste ano, volume 7,9% maior do que a produção de 2021 no Polo Industrial de Manaus (1.195.149 unidades). As vendas devem chegar a 1,23 milhão de motocicletas, com alta de 6,4% em relação a 2021, quando o total negociado ficou em 1.156.074 unidades. As exportações deverão totalizar 54 mil unidades, alta de 1% sobre o volume do ano passado, quando foram vendidas para o exterior 53.476 motocicletas. A afirmação foi anunciada nesta quinta-feira, 20, pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).
O presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, comenta que as projeções de crescimento confirmam o cenário de recuperação gradativa da indústria de motocicletas, que retoma os volumes anteriores à pandemia. Entre os fatores determinantes para a continuidade do crescimento estão o avanço dos serviços de entrega de produtos e o maior uso da motocicleta nos deslocamentos urbanos, em razão do aumento dos preços dos combustíveis e da disponibilidade de crédito.
Para a Abraciclo, existem, porém, variáveis que podem influenciar esse desempenho, como o aumento dos casos da variante Ômicron e da gripe H3N2, que podem afastar os trabalhadores de seus postos e assim impactar a produção. A Abraciclo teme ainda que instabilidades do cenário macroeconômico influenciem o setor, desde o abastecimento e reorganização das cadeias produtivas até a alta nas taxas de juros e do frete.
Desempenho em 2021
De acordo a Abraciclo, a indústria de motocicletas fechou 2021 com produção de 1,19 milhão de unidades, alta 24,2% na comparação com o ano anterior, quando foram fabricadas 961.986 unidades. O volume ficou 2% abaixo da expectativa da associação, que previa fabricar 1,22 milhão de motocicletas.
Marcos Fermanian disse que havia possibilidade de atingir a meta, mas lembrou que o setor enfrentou a segunda onda de covid-29 em Manaus, no início de 2021, quando deixaram de ser produzidas cerca de 100 mil motocicletas, e as restrições implantadas nas linhas de produção para evitar a disseminação da doença.
As vendas totalizaram 1.156.074 unidades, alta de 26,3% na comparação com 2020 (915.157 motocicletas). O número foi reflexo das dificuldades para atingir a demanda devido às limitações nas linhas de produção. Fermanian salientou que há, na atualidade, fila de espera de 30 dias para modelos de baixa cilindrada e scooters.
De acordo com o balanço, as exportações somaram 53.476 unidades, o que corresponde a aumento de 58,4% em relação a 2020 (33.750 unidades). De acordo com levantamento do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, a Argentina foi o principal mercado, com 16.119 unidades exportadas e 28,7% do volume total negociado. Em segundo lugar, ficou a Colômbia (12.541 motocicletas e 22,4% das exportações), seguida pelos Estados Unidos (11.642 unidades e 20,8%).