Objetivo é conter a crescente poluição no planeta
A Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta quarta-feira, 2, um acordo histórico para criar o primeiro tratado global de poluição por plástico. Este pode ser o pacto ambiental mais significativo desde o acordo climático de Paris, em 2015.
Os estados-membros conversaram por mais de uma semana em Nairóbi, no Quênia, para concordar com o esboço de um acordo para conter a crescente poluição plástica.
Autoridades governamentais aplaudiram por criar um tratado legalmente vinculante sobre poluição por plástico, que deve ser finalizado até 2024. O presidente da Assembleia das Nações Unidas para o meio Ambiente, (UNEA), Espen Barth Eide disse que essa tomada de decisão é histórica e que todos devem se orgulhar; e completou, afirmando que a poluição plástica se transformou em epidemia. “Com a resolução de hoje, estamos oficialmente no caminho da cura” disse.
Qualquer tratado que imponha restrições à produção, uso ou design de plástico afetará empresas de petróleo e produtos químicos que fabricam plástico bruto, bem como gigantes de bens de consumo que vendem milhares de produtos em embalagens de uso único. Isso também teria impacto significativo nas economias dos principais países produtores de plástico, incluindo Estados Unidos, Índia, China e Japão.
Divergências
Embora as autoridades da ONU tenham se unido na celebração do acordo para um tratado de plástico, ainda há divergências sobre o que deve ser incluído no pacto final, disse o embaixador da Suíça para o Meio Ambiente, Franz Perrez.”Esta é uma divisão entre aqueles que são ambiciosos e querem encontrar uma solução e aqueles que não querem encontrar uma solução por qualquer motivo”, disse ele em entrevista coletiva.
Há apoio público esmagador para um tratado da ONU sobre poluição plástica, de acordo com pesquisa da empresa Ipsos divulgada recentemente mês, e os delegados foram rápidos em comemorar o que conseguiram em Nairóbi. “Este é apenas o fim do começo, temos muito trabalho pela frente”, disse uma emocionada Monica Medina, chefe da delegação dos Estados Unidos. “Mas é o começo do fim do flagelo do lixo plástico para o planeta.”
*Eliana Saraiva, com informações da EBC e credito fotográfico para Lai Seng Sin.