É o primeiro evento de massa em São Paulo depois da pandemia
Depois de dois anos sendo realizada virtualmente devido à pandemia de covid-19, a Parada do Orgulho LGBTQIAP+ de São Paulo, voltou, em sua 26º edição, à Avenida Paulista hoje (19), com o tema Vote com Orgulho – Por uma Política que Representa, em referência às eleições que serão realizadas em outubro. Realizado pela Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOLGBT-SP), o evento tem como objetivo reafirmar seu compromisso de luta contra o preconceito e promover a união e a força da comunidade LGBT+.
“Após dois anos sem edições presenciais, é um prazer imenso retornar às ruas e reforçar ao público da sua responsabilidade em apoiar representantes que estejam comprometidos com um Brasil mais justo e igualitário. É por isso que endossamos na nossa campanha a necessidade de atenção com as eleições que se aproximam”, afirmou a presidente da APOLGBT-SP, Claudia Garcia.
O vice-presidente da APOLGBT-SP, Renato Viterbo, destacou que a campanha deste ano traz um tema extremamente importante porque se refere a algo que pode mudar a vida dessas pessoas nos próximos quatro anos, porque as políticas públicas em favor de uma sociedade mais justa e igualitária obrigatoriamente passam pelo voto.
“Eu não falo somente dos votos de pessoas LGBTs, mas de pessoas heterossexuais, da família, de todas as pessoas. Se eu quero pensar em algo diferente para o meu país, eu tenho que falar de política e votar em candidatos que realmente façam as pessoas se sentirem representadas não importa se são de direita ou esquerda, o importante é que as pessoas acompanhem o trabalho desses parlamentares e possam escolher o melhor caminho que entenderem”, afirmou.
Para Viterbo, o retorno da parada presencial é um momento histórico, não só por ser o primeiro evento de massa na cidade de São no pós-pandemia, mas porque ele acredita que o evento terá a força de fazer as pessoas pensarem no voto consciente. “Além disso contribuirá com o crescimento econômico da cidade, gerando oportunidades de trabalho, porque essa também é a função da parada LGBT, trazer recursos necessários para esse novo momento”.
De acordo com a presidente do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Mariana Aldrigui, embora ainda não seja possível prever, essa é uma parada de recuperação. O evento está entre os três maiores da cidade e é o de maior impacto no turismo local. Segundo ela, a grande diferença da parada para outros eventos, como a Corrida de São Silvestre e o carnaval, é que o público da parada tem uma renda um pouco mais elevada, sendo um turista de maior poder aquisitivo que se programa para isso.
“O perfil de quem vem para a a parada é de aproveitar o feriado e consumir, principalmente alimentação em diferentes restaurantes e shopping center. A região da parada fica muito cheia e vibrante com a realização desse evento. O que nós já sabemos é que a ocupação hoteleira já está por volta de 65% a 80%, mas pode se elevar por conta de amigos convidando outros amigos e reservas em cima da hora”, afirmou.
Mariana acredita que este ano é possível que se tenha um número maior de pessoas dispostas a participar, mas com gasto médio um pouco menor por pessoa, que ela considera um efeito da inflação e da situação econômica. Ela diz que as pessoas podem trocar o padrão de serviço que normalmente utilizam para não deixar de participar da parada.
Neste ano desfilaram pela Paulista 19 trios elétricos, sendo o primeiro do grupo Mães Pela Diversidade, que reúne mães de pessoas LGBTQIA+ em apoio à comunidade. Entre os artistas confirmados estão Mariana Munhoz, Ana Dutra, Luana Hassen, Nick Cruz, Ariah, Brunelli, Quebrada Queer, Thaline Karajá, Kauan Russell, Tiago Abravanel, bloco Agrada Gregos, Gretchen, Paullete Pink, JoJo Todinho, Majur e as Pitayas, DJ Heey Cat, Mateus Carrilho, Aretuzza Love, Pocah, Luísa Sonza, Pepita, Lexa, DJ Cris Negrini, Ludmilla, Liniker, MC Rebecca, Minoqueens e Pabllo Vittar.
A Polícia Militar não informou uma estimativa de público.
Fonte: APOLGBT-SP