Em evento em Brasília, Bolsonaro concretizou sua entrada no PL, anunciada há algumas semanas
Em novembro de 2019, o atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, deixou o PSL, partido pelo qual foi eleito nas eleições de 2018. Apesar de inúmeras conversas e até mesmo confirmações de filiações a determinadas legendas, Bolsonaro manteve-se sem partido desde então. Também não foi bem sucedida a tentativa de criação do “Aliança pelo Brasil”.
Hoje (30/11), porém, esta realidade mudou. A partir de agora, Bolsonaro encontra-se filiado a um partido político, de maneira que está apto a disputar reeleição nas eleições do ano que vem. Após solucionar divergências internas, Bolsonaro oficializou sua entrada no Partido Liberal (PL), legenda conhecida por integrar o chamado “Centrão” e por ter eleito o vice-presidente de Lula em seu primeiro mandato.
De acordo com o portal Metrópoles, o chefe do Poder Executivo revelou ter “um discurso bastante afinado” com Valdemar Costa Neto, presidente da legenda e condenado em 2013 no escândalo do Mensalão. Na época, o PL estava na coligação que elegeu Dilma Rousseff (PT). Para se filiar ao partido, porém, Bolsonaro exigiu que a legenda não faça mais coligações com partidos de esquerda.
Em seu discurso, Bolsonaro afirmou que “quem tem andado pelo Brasil, vê cada vez mais, em qualquer lugar, as cores verde e amarela predominando, e muito, sobre o vermelho”, em alusão à defesa do patriotismo (são as cores predominantes da bandeira do Brasil). Já as cores do logotipo e da bandeira de seu novo partido, o PL, são azul e vermelho.
Bolsonaro encontrará em sua nova casa, caso não peçam desfiliação, nomes como Alfredo Nascimento (AM), que foi ministro de Lula e Dilma Rousseff, e Maurício Lessa (AL), atual secretário de Renan Filho, descendente do senador Renan Calheiros, que foi relator da CPI da Covid-19. A princípio, também serão “colegas” de Bolsonaro o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (AM), crítico do presidente, e o deputado federal Tiririca (SP), eleito com o mote “Pior do que tá não fica”.
O evento de filiação de Bolsonaro contou com uma festa de recepção, com a presença de convidados e apoiadores. A ideia original era organizar o evento no dia 22. A data era simbólica, pois o número do PL é o 22 e o evento que daria o pontapé inicial para a participação do partido nas eleições de 2022 seria realizado no dia 22. Porém, o evento foi adiado para que integrantes da legenda solucionassem divergências regionais e estaduais.
Realizado em Brasília, o evento de filiação ocorreu em um dia de feriado local, válido apenas para o Distrito Federal. Trata-se do Dia do Evangélico. Devido a isto, reportagem do portal UOL ressaltou que a nova data também é simbólica, considerando que o eleitorado evangélico compõe um importante grupo de sustentação e apoio à reeleição de Bolsonaro. Antes de discursar no evento, Bolsonaro pediu que o deputado Marco Feliciano (SP) conduzisse uma oração.
Texto: Victor Gandin
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