Araraquara e o Brasil perde um de seus maiores dramaturgo

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Araraquara e o Brasil perde um de seus maiores dramaturgo

Zé Celso, 86, ator, escritor, diretor teatral. Participou de novelas e faleceu vitima de queimadura s em aproximadamente 60% de seu corpo , em razão de um incêndio ocorrido em seu apartamento em São Paulo. A principal suspeita é que o incêndio tenha ocorrido por um aquecedor elétrico na madrugada de 4 de julho

O Brasil se despede de um dos maiores nomes da história do teatro brasileiro: José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso. Ele foi um dos maiores artista na dramaturgia brasileira. Irreverencia , inivação e renovação teatral eram marcas registradas e de sua personalidade .
Zé Celso foi grande defensor da democracia, da criatividade, da liberdade das manifestações artísticas e da expressão cultural . Foi um dos fundadores do Teatro Oficina de São Paulo e muito lutou pela formação de novos artistas. Enfrentou a censura brasileira, foi exilado em Portugal, entretanto deixa um imenso legado na dramaturgia brasileira e para a cultura nacional.
O dramaturgo Zé Celso tinha sido internado na terça-feira,4, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas de São Paulo após um incêndio em seu apartamento, no Paraíso, Zona Sul da capital paulista. Ele teve 53% do corpo atingido por queimaduras, ficou sedado, entubado e com ventilação mecânica.
Além do dramaturgo, estavam no apartamento Marcelo Drummond, marido de Zé Celso, Ricardo Bittencourt, Victor Rosa e o cachorro Nagô. Os três, incluindo Nagô, ficaram em observação por terem inalado muita fumaça.
José Celso nasceu em Araraquara, interior paulista, em 1937. Era filho do casal José Borges Correa ( vereador por três mandatos seguidos em Araraquara, Professor e Percussor do ensino técnico particular naquele município) e da Sra. Ângela Martinez Correa . Era irmão de Luiz Antônio Martinez Correa (diretor, ator, cenógrafo e tradutor teatral. Foi assassinado em Ipanema , RJ , com 107 facadas), Anna Maria Martinez Correa (historiadora e professora) , Maria Inez Martinez Correa (professora) , João Batista Martinez Correa (arquiteto) e de Lala Martinez Correa (artista plástica).
O dramaturgo Ze Celso ficou conhecido pela maneira excêntrica e ousada de montar suas peças de teatro e provocar e interagir com a plateia. Fez história ao criar uma arte experimental, política e sensorial, que sempre dialogou com seu tempo e outras manifestações artísticas, como a música, a poesia e o audiovisual. Também ficou conhecido por levar o modernismo e o tropicalismo para a dramaturgia brasileira.
Iniciou a carreira como dramaturgo no final da década de 1950 com duas peças de sua autoria: “Vento Forte para Papagaio Subir” e “A Incubadeira”.
Seu trabalho, encarado às vezes como orgiástico e antropofágico, teve inicio no fim da década de 1950, e se definiu na década de 1960 quando Zé Celso liderou a importante Teatro Oficina − grupo formado quando integrava o Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo , onde apresentava sua inquietude e irreverência, realizando trabalhos de caráter inovador.
O Teatro Oficina foi formado em 1958 por um grupo de estudantes da Faculdade de Direito da USP, do Largo São Francisco. Entre eles, além de Zé Celso, Amir Haddad, Renato Borghi, Fauzi Arap, Ítala Nandy, Etty Fraser e outros.
Em 1961, a companhia se estabeleceu na tradicional sede, até então do Teatro Novos Comediantes, na rua Jaceguai, na região do Bixiga, em São Paulo. Em razão do regime militar , Zé Celso foi detido em 1974 e se exilou em Portugal, retornando ao Brasil em 1979. Nesse período, o grupo ficou inativo. Ao longo da década de 1980, nos últimos anos do regime militar, o Oficina focou na realização de oficinas, leituras e eventos de pequeno porte e pesquisas para novos rumos do grupo, se afastando das grandes montagens anteriores ao exílio de Zé.
Sem medo de experimentações e com constante desejo de renovação, Zé Celso provocou atores e público, criando um teatro mais sensorial, sempre guiado pela realidade política e cultura do país.
Zé Celso e Marcelo Drummond
Em junho deste ano, Zé Celso se casou com Marcelo Drummond, de 60 anos. Usando ternos brancos, o casal oficializou a relação de quase 40 anos em uma cerimônia no Teatro Oficina Uzyna Uzona, sede da companhia teatral criada pelo dramaturgo na região central de São Paulo.
A trajetória de José Celso Martinez marcou a história das artes no Brasil. Sua memoria não será esquecida.
Velório
O velório do dramaturgo Ze Celso ocorre no Teatro Oficina, em São Paulo.

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