As artes vidreiras podem promover a inclusão social de catadoras de resíduos
O projeto de lei que cria o Dia Nacional do Artista Vidreiro (PL 2.504/2022) foi tema do debate promovido na segunda-feira, 12, pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). O autor do projeto é o senador Flávio Arns (Podemos-PR), que conduziu a audiência.
A data seria comemorada em 21 de junho em razão da inauguração ocorrida nessa mesma data do Salão de Artes em Vidro Brasil 2022, em Curitiba, no Museu Municipal de Arte (MuMA). Segundo os defensores da proposta, essa é a exposição mais visitada na história do museu.
De acordo com Flávio Arns , as artes vidreiras podem promover a inclusão social de catadoras de resíduos das periferias, pois essas pessoas são estimuladas a desenvolver atividades artísticas com o vidro coletado, agregando valor e reduzindo o tempo que passam na rua, onde trafegam o dia inteiro com seus filhos e animais de estimação.
Arns declarou que a arte, cultura, desenvolvimento econômico e acolhimento social aumentam a autoestima e a renda familiar. E é nesse foco que a economia criativa se fortalece com a arte vidreira. As relações entre arte e social, e o papel do artista vidreiro, poderão ser um agente de transformação social, segundo Arns.
A arte em vidro representa muito bem o que pedem os ditames modernos da sustentabilidade, como é o caso da ODS 12 da ONU [Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12 da Organização das Nações Unidas], que trata da reutilização de recursos.
Arte Vidreira
Arte em vidro refere-se a obras de arte individuais que são substancialmente ou totalmente feitas de vidro. Ela varia em tamanho, desde obras monumentais e peças de instalação, a tapeçarias e janelas, a obras de arte feitas em estúdios e fábricas, incluindo jóias de vidro e louças.
A arte em vidro tem hoje impacto socioambiental, artístico e mercadológico. No segmento socioambiental, o vidro é o material mais puro e o único 100% reciclável, e que permite infinitas transformações sem perda de qualidade. Mas hoje, segundo dados da Abividro [Associação Brasileira das Indústrias de Vidro], só 47% do material descartado volta para a reciclagem. Penso que os artistas vidreiros podem ser estimulados a aumentarem esses índices. No artístico, acho que podemos estimular a abertura de escolas, e o sucesso do Salão de Artes em Curitiba mostrou o potencial criativo que há no país todo. Em Veneza, (Itália) serve de modelo pois é uma cidade onde a arte vidreira tem um impacto econômico relevante. E no viés mercadológico, valorizar a arte pode diminuir nossa dependência de vidros importados.
Fonte: Agência Senado