A Fiocruz explicou os riscos de flexibilizar medidas contra a covid-19, chegando a alertar que o “contexto atual da pandemia no mundo requer atenção”
O presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), César Fernandes, anunciou recentemente que ainda não é a hora de deixar completamente de lado o uso da máscara facial, item que desde 2020 vem sendo utilizado como um dos principais meios de proteção contra a covid-19. Na ocasião, o obstetra ressaltou a necessidade de se ter consciência e analisar caso a caso.
Muitos lugares do Brasil já aderiram à flexibilização do uso de máscara. Inicialmente, isso se deu em ambientes a céu aberto, mas com o passar do tempo, alguns estados chegaram a tornar o uso opcional até mesmo em locais fechados.
“Trata-se de uma questão de cidadania, não legal. Se estou num ambiente em que percebo que estamos aglomerados, se puder ficar de máscara, melhor. Por segurança”, opina o presidente da AMB. Para o médico, não existe problema onde há distância entre as pessoas, levando em conta o alto percentual de pessoas com vacinação completa. No entanto, em cenários de aglomeração, a coisa muda.
Segundo o obstetra, cada um de nós deve fazer um exame de consciência sobre o uso de máscara. “Em um estádio de futebol, por exemplo, acho que seria importante. Apesar de ser aberto e precisar mostrar comprovante de vacinação para entrar, as pessoas estão muito próximas. Na hora de comemorar o gol você abraça quem está do seu lado, sem nem saber quem é a pessoa. Então, por que não ficar de máscara nessa circunstância?”, reflete Fernandes.
No último mês de março, a Fiocruz explicou os riscos de flexibilizar medidas contra a covid-19, chegando a alertar que o “contexto atual da pandemia no mundo requer atenção”. A instituição apontou que, apesar da expectativa por transformar a pandemia em uma endemia, a decisão deveria ser melhor analisada.
Durante a entrevista, o presidente da AMB ainda disserta sobre a divergência de ideias com o Conselho Federal de Medicina, que demonstrou apoio ao kit-covid: “Vemos médicos se posicionarem a favor, quando está cabalmente demonstrado que o kit-Covid não é eficaz. A suposta eficácia do kit poderia fazer algum sentido nos meses iniciais de 2020, quando não havia conhecimento científico”.
Fonte: ABM