Silvana Fernandes e Nathan Torquato levam país ao topo da modalidade
O Brasil tem dois medalhistas paralímpicos no topo dos respectivos pesos nos rankings mundiais da World Taekwondo, a federação internacional da modalidade. A paraibana Silvana Fernandes aparece na liderança da categoria até 57 quilos na classe K44 (atletas com amputação unilateral do cotovelo até a articulação da mão), enquanto Nathan Torquato encabeça a relação dos lutadores até 63 quilos, também na K44. A lista foi atualizada na quarta-feira (19) e divulgada nesta quinta-feira (20).
Os rankings da World Taekwondo contemplavam, até 2020, seis categorias da K44 (três por gênero) que tiveram disputa na Paraolimpíada de Tóquio (Japão): até 61 quilos, até 75 quilos e acima de 75 quilos no masculino; até 49 quilos, até 58 quilos e acima de 58 quilos no feminino. A partir do ciclo de Paris (França), a classe passou a ter dez pesos (cinco para homens, cinco para mulheres). Após os Jogos no Japão, os atletas migraram para as novas divisões, que já valeram no Campeonato Mundial de Istambul (Turquia), em dezembro.
Campeã mundial e medalhista de bronze em Tóquio, Silvana estava em terceiro lugar na categoria até 58 quilos. Na lista do novo peso, a paraibana aparece na ponta, à frente da turca Gamze Gurdal, a quem bateu na final da competição em Istambul e na disputa pelo terceiro lugar paralímpico.
Silvana , em suas explanações ao site da Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTkd), declarou que tinha clareza sobre a conquista da medalha de outo em Istambul, ou seja, se a conquistasse, assumiria o ranking. Então traçou sua meta e saiu vitoriosa. Ela afirma que seu foco aumenta para essa temporada, pois almeja chegar em Paris e vitoriosa também .
Nathan já era o número um dos lutadores até 61 quilos, peso no qual foi medalhista de ouro em Tóquio. O paulista, bronze no Mundial e eleito o melhor do mundo no parataekwondo masculino em 2021, segue na dianteira, agora na categoria até 63 quilos, à frente do mongol Bolor Ganbat, quatro vezes campeão do mundo.
Mais três atletas do Brasil – todas medalhistas de bronze no Mundial – aparecem entre as cinco melhores dos respectivos pesos. A paranaense Debora Menezes, prata em Tóquio, é a vice-líder da categoria acima de 65 quilos, mantendo-se no posto que ocupava entre as lutadoras acima de 58 quilos. A potiguar Cristhiane Nascimento, que era a sexta da categoria até 58 quilos, figura em terceiro na lista até 52 quilos. A amapaense Leyliane Ramos também está em terceiro na categoria até 65 quilos. Em 2021, ela foi a 12ª no ranking até 58 quilos.
O técnico da seleção brasileira, Rodrigo Ferla, relatou também ao site da CBTkd que o parataekwondo do Brasil vive um momento brilhante. Segundo ele, 2021 fez história para essa modalidade esportiva porque os resultados foram muito expressivos e isso reflete no ranking mundial. O cenário atual, segundo Ferla, é resultado do trabalho feito anos atrás.
As cinco medalhas conquistadas em Istambul (um ouro, uma prata e três bronzes) foram responsáveis pelo melhor desempenho da história do país em um Mundial de parataekwondo. As três láureas (uma de cada cor) na Paraolimpíada de Tóquio colocaram o Brasil no topo do quadro de resultados da modalidade, disputada pela primeira vez nos Jogos.