Wallace Landim, o Chorão, chama auxílio de R$ 400 planejado pelo governo de “piada” e “esmola” e defende que categoria está mais organizada em relação a greve de 2018
O presidente da Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores), Wallace Landim, afirmou na terça-feira, 26, que a categoria de caminhoneiros está mais organizada para a greve marcada para 1º de novembro do que estava em 2018. Ele liderou a greve dos caminhoneiros de 2018, que paralisou o país por 10 dias. Ele continua à frente da associação e é um dos organizadores da paralisação prevista para a próxima segunda -feira, 1º de novembro.
Entidades representativas da categoria estiveram reunidas em 16 de outubro e deram prazo de 15 dias para que o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) atenda as reivindicações solicitadas, entretanto , na terça-feira, 26, Chorão fez críticas a integrantes do Executivo e disse não notar, até o momento, medidas concretas. “A gente precisa realmente que o governo tenha acessibilidade e chame todos para a mesa. Ficamos muito tristes, porque a gente vem há mais de 3 anos conversando com o governo, com várias reuniões, e até agora não saiu do papel”.
O líder dos caminhoneiros criticou ainda a criação do auxílio para os caminhoneiros, anunciado por Bolsonaro. Segundo ele, a categoria considera a medida uma “piada”. “Quando recebemos essa notícia do auxílio combustível dos R$ 400, achamos que foi como se fosse uma piada. Acho que o presidente não está sendo bem assessorado ou não conhece o sistema de transporte. Estamos falando de um transportador autônomo que tem um faturamento de R$ 28 mil a R$ 30 mil dependendo do segmento, da quantidade de eixo, da capacidade de carga. A gente realmente não tem necessidade. A categoria achou que a gente não precisa de esmola. E realmente a gente não precisa. A gente precisa de dignidade”, disse Chorão .
Entre as demandas dos caminhoneiros, estão o estabelecimento e cumprimento de um frete mínimo, redução do preço do diesel e revisão da política de preços da Petrobras. Estão a par das negociações a CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística), o CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas) e a Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores). As entidades são ligadas aos caminhoneiros autônomos que também participaram da greve de 2018.
REIVINDICAÇÕES
As entidades divulgaram a lista de demandas para suspenderem a paralisação:
redução do preço do diesel e revisão da política de preços da Petrobras, conhecida como PPI (Preço de Paridade de Importação);
constitucionalidade do piso mínimo de frete;
retorno da aposentadoria especial com 25 anos de contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social);
inclusão do desconto do INSS pago pelo caminhoneiro (PL2574/2021) na Lei do Documento de Transporte Eletrônico;
aprovação do novo Marco Regulatório do Transporte Rodoviário de Cargas (PLC 75/2018);
aperfeiçoamentos na proposta do voto em trânsito no Senado;
melhoria e criação de Pontos de Parada e Descanso (Lei 13.103/2015).
“”Queremos dignidade para trabalhar”, frisou Chorão.
Texto: Eliana Saraiva, com informações Portal Poder360.