Presidente da Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores afirmou que greve geral da categoria será a partir de 1º de novembro.
A greve dos caminhoneiros começa a dar sinais de que não será uma ameaça vazia. Nesta quinta-feira, 21, um movimento de tanqueiros está impedindo a entrada de caminhões nas bases de abastecimento de combustíveis em Campos Elíseos, no estado do Rio de Janeiro. As unidades fecharam as portas para evitar tumulto e depredações.
A informação foi veiculada nesta quinta-feira, 21, mediante nota emitida pelo Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Município do Rio de Janeiro. “Os postos revendedores do Rio seguem aguardando a normalização das entregas para poderem atender a sua clientela até o fim de semana”, afirmou o sindicato.
O presidente da Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores), Wallace Landim, conhecido como Chorão, afirmou que o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) tem 15 dias para escolher entre os acionistas da Petrobras ou os caminhoneiros, caso contrário acontecerá uma greve do setor a partir de 1º de novembro.
Na pauta dos caminhoneiros, estão itens como o cumprimento do valor mínimo do frete rodoviário, a aposentadoria especial para a categoria — aos 25 anos de trabalho — e a mudança na política de preços da Petrobras para combustíveis para reduzir a flutuação do diesel.
“A gente vê o presidente jogando na mídia a privatização da Petrobras isso é, no meu ponto de vista, para causar polemica. É para tirar a responsabilidade de si. Porque durante a campanha política para presidente ele falava mal do Temer. E hoje ele está lá e não está fazendo nada. É isso que a categoria está observando. Por isso que eu tenho certeza de que dessa vez sai [a greve]. E eu torço para que o governo subestime mesmo. Se eles querem subestimar, eu acho legal da parte dele”, ironizou Chorão.
O líder da associação explicou que a luta dos trabalhadores não tem ideologia política e afirmou que não é contra, nem a favor do governo Bolsonaro. Ele ainda destacou que os caminhoneiros não estão protestando para tentar destruir nenhuma instituição e sim pela “sobrevivência” da categoria e, por isso, a greve deve sair se nada for feito pelo setor. “Agora [a greve] sai porque o caminhoneiro não tem mais condição de se manter. Toda a semana está pior . Vem subindo o combustível, que é o insumo mais alto que a gente tem, que é o nosso sócio majoritário. O caminhoneiro não tem condição de manter a sua família, o seu caminhão, o seu ganha-pão.”.
Texto : Eliana Saraiva , com informações de Estadão