Novo partido político pode nascer a partir da fusão entre o DEM e o PSL
Nas últimas semanas, notícias versaram sobre a possibilidade de fusão entre os partidos DEM e PSL. Ontem (21), o Democratas deu um gesto de que irá seguir em direção à formalização deste processo.
De um total de 53 membros da direção do DEM, todos os 40 que estavam presentes autorizaram a convocação de uma convenção que pode vir a referendar a fusão. Os números foram divulgados pelo jornal Folha de São Paulo. Já o PSL deve reunir sua Executiva para deliberar o assunto nos próximos dias.
A Lei nº 9.096/1995, conhecida como Lei dos Partidos Políticos, permite a fusão e a incorporação de partidos políticos, recurso que já foi utilizado por outras legendas brasileiras.
No caso em questão, a união entre o DEM e o PSL tende a originar um “superpartido”, uma vez que a nova agremiação nasceria grande, sob diversos aspectos quantitativos.
O PSL abrigou a candidatura presidencial de Jair Bolsonaro em 2018 e aumentou exponencialmente sua representatividade na Câmara dos Deputados. Com 1 deputado federal eleito em 2014, passou para 53 parlamentares após 2018. Desta maneira, foi de “partido nanico”, como era chamado, a fenômeno, transformando-se na segunda maior bancada da Câmara.
O DEM, por sua vez, é um dos partidos mais consolidados desde a redemocratização, e conta atualmente com 464 prefeitos, 6 senadores, 2 governadores e o atual presidente do Senado.
Segundo apurou o site O Antagonista, caso a fusão se concretize, Luciano Bivar, presidente do PSL, pode presidir o novo partido. Já o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, uma das principais lideranças do DEM, deverá assumir como secretário-geral da nova legenda.
Outro fator de grande peso para a fusão é o robusto fundo eleitoral e partidário que seria originado da soma das duas legendas. Enquanto o DEM tem boa estrutura partidária, o PSL destaca-se por ter a segunda maior verba do fundo partidário e tempo de TV.
O site mineiro Além do Fato, integrante do portal Uai, apurou que especulações apontam que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, atualmente no partido Novo, pode migrar para a nova legenda. A fusão pode vir também a frear a ida de Rodrigo Pacheco (DEM) para o PSD, atualmente um desejo de Gilberto Kassab.
Em Matão, o DEM foi o terceiro partido mais votado nas eleições legislativas do ano de 2020, obtendo 4.812 votos. O partido elegeu dois vereadores, Everaldo de Carvalho e Cido Motos. O PSL ficou em 11º lugar na disputa e não elegeu vereadores.
Portanto, caso a fusão entre as legendas se concretize e não haja trocas de filiação partidária, a nova legenda terá representação de 2 parlamentares no município de Matão, eleitos pelo DEM na última eleição municipal.
Para os próximos pleitos, o partido fruto da fusão pretende adotar o número 25, extinguindo o 17, originalmente utilizado pelo PSL. A informação foi divulgada pelo colunista Guilherme Amado, do portal Metrópoles. O nome da futura sigla segue indefinido.
Texto: Victor Gandin
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