A notícia divulgada pelo Banco Central de que R$8 bilhões “esquecidos” nos bancos poderiam ser sacados pelos correntistas ocupou grande espaço na mídia e povoou o imaginário do brasileiro. Teve quem programou a troca do carro, a faculdade do filho, a viagem dos sonhos… Os bancos que historicamente sempre tiraram dinheiro das pessoas agora estavam devolvendo Nesse caso sonhar não tinha preço.
O site de acesso ao Bacen no primeiro dia de consultas entrou em colapso obrigando a Instituição alterar o cronograma para conseguir atender a demanda. Resolvido o problema a saga envolvia duas fases: Na primeira de forma muito simples bastava inserir o CPF e data do nascimento e imediatamente o sistema informava se a pessoa tinha ou não recursos “esquecidos”. Em caso positivo seria necessária uma nova etapa com agendamento e novo acesso para o saque. Até esse momento o correntista ainda não tinha informação dos valores.
Mas o que aconteceu na prática para a maioria das pessoas foi a constatação que os valores eram bastante inexpressivos. Aí os projetos idealizados deram lugar a uma grande frustração.
Segundo dados divulgados pelo Banco Central dos 32 milhões de CPFs já atestados como tendo recursos “esquecidos”, 29,2 milhões de correntistas tinha até R$ 100,00 a receber. Pior ainda para 13,8 milhões de brasileiros que foram surpreendidos ao constatar que o saldo disponível para saque era de até R$ 1,00. Existem casos em que a devolução foi de R$ 0,01.
Para não dizer que ninguém ficou feliz, 1.318 beneficiários, ou seja, 0,00004% do total possuiam valores acima de R$ 100 mil.
Passado o momento inicial de raiva e frustração a receita é levar no bom humor. Lembre-se que todos os anos milhares de pessoas sonham com o prêmio da mega sena da virada e no entanto a maioria das pessoas começa o ano no mesmo patamar financeiro em que terminou.
Mas a verdade é que a história do dinheiro “esquecido” para a maioria da população acabou se traduzinho numa situação de muito trovão para pouca chuva.