Negócio é avaliado em R$ 5,2 bilhões, dos quais R$ 4 bilhões serão pagos de forma parcelada pelo Assaí até 2024.
O Grupo Pão de Açúcar (GPA) fechou a venda de 71 pontos comerciais da bandeira Extra Hiper para o Assaí e anunciou que deixará de operar com o modelo de hipermercado no Brasil.
Mediante comunicado divulgado na última quinta-feira, 14, a transação envolve um valor estimado em R$ 5,2 bilhões, dos quais R$ 4 bilhões serão pagos pelo Assaí, de forma parcelada, entre dezembro deste ano e janeiro de 2024. O R$ 1,2 bilhão restante será pago ao GPA por um fundo imobiliário que tem garantia do Assaí.
Os 71 pontos comerciais representam cerca de 70% das lojas do Extra Hiper no país. Das outras 32 lojas que ficaram de fora da venda para o Assaí, 28 serão convertidas paras as bandeiras Pão de Açúcar e Mercado Extra, e 4 serão fechadas.
Segundo Jorge Faiçal, CEO do GPA, a saída do segmento de hipermercado visa intensificar o foco e a aceleração da expansão dos negócios de maior rentabilidade da companhia “por meio dos segmentos premium e de proximidade”, através das bandeiras Pão de Açúcar, Minuto e Mercado Extra.
O Assaí abriu 150 lojas na última década, sendo 25 conversões de unidades do Extra Hiper. Tanto o GPA como o Assaí (Sendas Distribuidora) são empresas sob controle comum do grupo francês Casino. Em março, o Assaí estreou na bolsa de valores brasileira após uma reorganização e cisão dos ativos do Grupo Pão de Açúcar no Brasil.
Segundo o presidente do Assaí, Belmiro Gomes, a companhia viu uma oportunidade única de acelerar sua expansão com a aquisição de lojas do Extra Hiper em um momento de corrida do setor de atacarejo por abertura de lojas. Para Gomes, o que vale é ponto.
“Este movimento teve dois eventos neste ano que mudaram a geografia do mercado: o primeiro foi a aquisição do grupo BIG pelo Atacadão, principal concorrente do Assaí e líder do setor”, disse Gomes em teleconferência com analistas.
“Havia na nossa visão um distanciamento que nós precisávamos buscar uma maneira de acelerar nossa expansão de forma rentável”, disse o executivo. “O ativo que nos parecia mais vital para isso era o parque de lojas do Extra Hipermercado”, concluiu, citando fatores como baixa sobreposição de lojas, velocidade de incorporação dos pontos e custo de reforma para o formato de atacarejo.
Fonte : Agencia Brasil