Chaim Zaher, do Grupo SEB, se junta à consultoria Markestrat para um projeto global de educação e empreendedorismo no setor do agronegocio
O projeto que une educação e agro começou a nascer há cerca de um ano, em um evento de mentoria na qual estavam o empresário Chaim Zaher, dono do Grupo SEB (Sistema Educacional Brasileiro), um complexo de 260 escolas, entre elas a prestigiada Concept, nos Jardins, em São Paulo, onde antes funcionava o tradicionalíssimo Colégio Sacré-Coeur, e o professor Marcos Fava Neves, da USP (Universidade de São Paulo), e que também é sócio fundador da Markestrat, em Ribeirão Preto (SP), consultoria que atua no setor do agronegócio há três décadas.
Dessa união nasceu, a Harven Agribusiness School, uma faculdade voltada ao agronegócio que começa a funcionar também em Ribeirão Preto, nos próximos meses. O anuncio foi feito no ultimo dia 9 de março e de acordo com Fava Scare, a Instituição de Ensino esta prevista para estar aberta durante a edição da Agrishow 2023, a principal feira de tecnologia Agro que acontece entre os dias 1 e 5 de maio.
A faculdade, um projeto inicial de investimentos da ordem de R$ 100 milhões, é apenas a primeira parte da parceria. No investimento estão previstos também estudos para a criação da Cidade do Agronegócio, um complexo que abrigará a faculdade, além de centro de eventos, estrutura imobiliária para receber consultorias, prédios que abrigarão escritórios de empresas e cooperativas, hub de tecnologia, hub comercial e hotel.
Scare pontua que o business plan da Cidade do Agro, está escalonado para dois anos e que objetiva projetar um complexo para os filhos do agro, filhos de Querência, filhos de LEM, filhos do entorno de Ribeirão. Scare se refere às cidades em que o agronegócio tem peso preponderante na economia local.
A parceria de Chaim Zaher no setor educacional voltado para o agro é inédita em seus negócios, um universo que atende 350 mil alunos. De acordo com Chaim Zaher o segmento de agronegócio está em franca expansão e , para tanto, necessita de profissionais cada vez mais qualificados. Ele também sinaliza que no caso do ensino superior, no qual o Grupo SEB já atua por meio da UniDomBosco e da Escola Paulista de Direito, para o agronegócio haverá investidores internacionais na estruturação do levantamento de capital.
A faculdade do agro
Enquanto a Cidade do Agronegócio ganha corpo, a Harven Agribusiness School vai funcionar nos próximos dois anos em um prédio adaptado para ela. Compõe a estrutura acadêmica cinco unidades de ensino: duas graduações (administração com foco em agronegócio e engenharia de produção), pós-graduações e especializações presenciais, plataformas digitais e missões e intercâmbios.
A primeira fase, que já começou, trata da incorporação de todos os serviços já prestados pela Markestrat na área educacional, que agora passa a ser somente uma consultoria. A segunda parte contempla o início dos cursos superiores, previstos para o ano que vem. A estimativa é que o complexo chegue a 200 professores, boa parte deles doutores e mestres, mas também estão previstas personalidades de notório saber no corpo docente.
“Nós vamos ser um centro de conhecimento de portas abertas”, diz Scare, que é doutor, foi professor da USP por 15 anos e é professor convidado na Kansas State University (EUA). A área educacional da Markestrat já conta com 30 doutores e 40 mestres para os cursos in company, com projetos em cerca de 35 países, além de Brasil.
De acordo com o executivo, além de universidades como Kansas e Purdue University, em Indiana, também nos EUA, com as quais a equipe da consultoria já mantém relacionamento de décadas, há conversas encaminhadas com outras instituições, como as universidades de Buenos Aires, na Argentina, e a de San Telmo, na Espanha. Marcos Fava Neves explica que a ideia é colocar uma visão global sobre os conteúdos e processos . Os cursos estão sendo pensados para estimular a completa conexão dos alunos com o mercado, incluindo os principais nomes e empresas do setor atuando como professores e tutores.
Scare também informa que a faculdade deve contar dois espaços importantes, além dos alunos brasileiros – os chamados filhos do agro para o público mais engajado. O primeiro deles se volta para alunos de escolas internacionais em intercâmbios, como por exemplos alunos oriundos da Índia para troca de conhecimentos sobre a cana-de-açúcar. Em um segundo momento virão os cursos técnicos, voltados para o agro, que necessita de profissionais qualificados. Sobre bolsas de estudo, o executivo diz que “esse quesito será avaliado e ponderado , uma vez que , programas de bolsas por mérito e desempenho, de inclusão das pessoas que trabalham no agro, são fundamentais para o processo educacional.
Eliana Saraiva , com informações da Forbes