Conab identificou alta nas cotações da batata, cenoura, cebola, banana, laranja, maçã e do mamão
A menor oferta de frutas e hortaliças registrada nos principais mercados atacadistas no país influenciaram no aumento de preços de importantes produtos consumidos pelos brasileiros. No seu 10º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro, divulgado no dia 18 de outubro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) identificou alta nas cotações da batata, cenoura, cebola, banana, laranja, maçã e do mamão comercializados nas principais Centrais de Abastecimento no mês de setembro.
Esse movimento, no entanto, é considerado natural pelos especialistas. Sérgio De Zen, diretor-executivo de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab esclarece que o setor hortifrutícola esta retomando suas atividades no setor, assim ocorre uma racionalidade entre oferta, demanda, transição de preços, transição de safras, e desta forma, o segmento volta a normalidade.
As causas para a queda na oferta são várias, conforme informou a entidade, mas destacam-se as variações climáticas e o mercado externo. Um dos principais vilões nessa alta, o preço da batata, além de reverter um movimento de queda de preços ocorridos desde maio deste ano, teve queda na oferta por parte dos produtores de São Paulo, que diminuíram 8%, e de Minas Gerais, com quase 30%, sobretudo devido às chuvas na metade de setembro, que afetam tanto a qualidade como a logística de escoamento. Como este cenário deve permanecer, em outubro a tendência é que os preços continuem se elevando, prevê a entidade. O maior aumento do tubérculo foi registrado no Ceasa do Distrito Federal (71,54%), seguido do Espírito Santo (32,96%) e do Rio de Janeiro (31,98%).
As batatas, porém, não estão sozinhas na alta de preços. De acordo com o chefe da Seção de Controle de Portaria e Estatística da Ceasa-DF, João Bosco Filho, as chuvas e o final das safras de inverno acabam dando a toada desse período agora, que é o caso para o tomate, para a batata e cebola, também para folhosos como a couve-flor que já fecham as suas safras de inverno.
Quanto ao mercado externo, a Conab destaca o momento de retração econômica em diversos países, como no bloco europeu, o que reduz a procura pelos produtos brasileiros. E com a menor demanda do mercado externo, os produtores diminuíram a produção porque essas frutas, principalmente as frutas tropicais, são produtos caros, com alta elasticidade de renda nesses países que são grandes importadores.
De Zen esclarece que por esta razão, o consumo tá caindo e constata-se um impacto sobre o setor de frutas em especial, entretanto, ele se mostra confiante com a situação econômica do Brasil que, aparentemente, já sofreu os piores momentos dessa retração e, portanto, “aumentam a demanda interna”.
Fonte: CONAB