A Rússia lançou uma invasão total da Ucrânia nesta quinta-feira (24), gerando reações de líderes mundiais e da Otan. Explosões e sirenes foram ouvidas diversas cidades, incluindo a capital, Kiev, e em áreas separatistas do leste ucraniano.
A Rússia invadiu Ucrânia na madrugada desta quinta-feira, 24, Este é considerado o maior ataque de um Estado contra outro na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
A invasão ocorre por terra, ar e mar. Os russos chegaram até Chernobyl. Diversos mísseis foram disparados. Autoridades da Ucrânia informaram que pelo menos 50 soldados russos morreram e seis aviões também russos teriam sido destruídos. Além disso, informações dão conta de que ao menos 40 soldados ucranianos também teriam morrido. Até o omento não há confirmação oficial do número de mortes.
Na manhã desta quinta, longas filas se formaram nas principais avenidas de Kiev com moradores tentando deixar a região. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, convocou a população para defender o país e disse que “cidadãos podem utilizar armas para defender território”.
Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.
O ATAQUE
O que você precisa saber sobre o ataque:
*Nas primeiras horas da madrugada desta quinta-feira (24), Putin ordenou um ataque no leste da Ucrânia, em regiões que ele reconheceu como independentes; as forças russas invadiram a Ucrânia por terra, ar e mar;
*Os russos invadiram diversas regiões, incluindo a capital, Kiev
*Autoridades ucranianas dizem que pelo menos 50 russos foram mortos e seis aviões teriam sido abatidos no leste do país; depois, foi divulgado que 40 soldados ucranianos também morreram. Não há número oficial de mortes divulgado até o momento
*O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, autorizou cidadãos a pegarem armas para defender o país e pediu doação de sangue;
*Longas filas foram registradas nesta manhã em Kiev nas principais rodovias, com moradores tentando deixar o país;
*Países da Europa Central iniciaram os preparativos para receber pessoas que fogem da Ucrânia
*O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que Washington e seus aliados imporiam “sanções severas” sobre o que ele chamou de “guerra premeditada” de Putin
*A China rejeitou chamar os movimentos da Rússia sobre a Ucrânia de “invasão” e pediu a todos os lados que exerçam moderação
*A Bélgica pediu que a União Europeia pare de emitir vistos para russos
*Países da Europa acionam o Artigo 4º da Otan para lançar consultas sobre a situação — o que poderia desencadear uma resposta conjunta
*A Otan reforçará forças no flanco leste da aliança, anunciou o secretário-geral da aliança
*Líderes europeus como Boris Johnson, Emmanuel Macron e Ursula von der Leyen prometem duros ataques econômicos contra a Rússia
*Uma das áreas em disputa é a zona de exclusão de Chernobyl, local do acidente nuclear de 1986
*O prefeito de Kiev impôs um toque de recolher na capital ucraniana
A Ucrânia luta contra forças russas ao longo de praticamente toda a sua fronteira com a Rússia. Segundo o Ministério da Defesa ucraniano, às 15h do horário local – 10h pelo horário de Brasília –, “a luta continuava ao longo de toda a linha de contato”.
um alerta de ataque aéreo foi emitido pelo governo da cidade de Kiev. Todos os moradores foram orientados a procurar abrigos subterrâneos.
Partes da região de Kherson, no sul da Ucrânia, não estavam mais sob o controle ucraniano, disse o governo regional, enquanto as forças russas atacavam por terra, mar e ar. A pasta também afirmou que 4 mísseis balísticos foram lançados na direção sudoeste a partir de Belarus, país aliado da Rússia. As tropas russas teriam entrado na zona de exclusão de Chernobyl por aquela fronteira. O local foi palco do acidente nuclear de 26 de abril de 1986. A informação foi compartilhada pelo presidente Zelensky nas redes sociais.
Houve conflito nas regiões de Sumy, Kharkiv, Kherson, Odessa e em um aeroporto militar perto de Kiev, informou um conselheiro do gabinete presidencial. O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) disse que os guardas de fronteira ucranianos abandonaram todas as instalações na fronteira russo-ucraniana, segundo a agência de notícias Interfax. O Ministério da Defesa da Rússia também afirmou ter destruído 74 instalações de infraestrutura militar em solo ucraniano, incluindo 11 aeródromos, informou a agência de notícias RIA, também estatal.
Presidente ucraniano pede para pessoas usarem armas
Horas após o início do ataque, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, concedeu uma entrevista coletiva liberando o uso de armas para “defender o território”. Ele pediu doação de sangue e afirmou que todos que estivessem preparados para defender o país deveriam se apresentar às forças militares. “Não temos oponentes políticos agora. Somos todos cidadãos de um país maravilhoso e defendemos nossa liberdade… Nós temos armas defensivas para defender nossa soberania… Qualquer pessoa, esteja pronta para defender seu Estado em praças ou cidades”, disse Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia.
Em uma entrevista coletiva, o embaixador da Ucrânia no Reino Unido, Vadym Prystaiko, afirmou que o país pensa em maneiras de retirar as pessoas das áreas de risco, mas que o acontecimento era “impensável”, mesmo com toda a situação prévia de tropas nas fronteiras.
Espaço aéreo fechado
Por causa dos ataques, o espaço aéreo da Ucrânia foi fechado. Autoridades temem que aeronaves com civis possam ser atingidas por armas russas. “Devido ao alto risco para a segurança da aviação, a Empresa Ucraniana de Serviços de Tráfego Aéreo (UkSATSe) decidiu fechar temporariamente o espaço aéreo da Ucrânia para a aviação civil”.
Posicionamentos do Brasil em relação aos ataques
Hamilton Mourão: Brasil não está neutro
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou que o Brasil “não está neutro” em relação a situação na Ucrânia. “O Brasil deixou muito claro que respeita a soberania da Ucrânia”, declarou a repórteres ao chegar no gabinete da vice-presidência, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Mourão complementou que o Brasil “não concorda” com a invasão do território ucraniano. Ele disse que o Brasil tem se posicionado dentro da ONU (Organização das Nações Unidas) e “respeitando os princípios básicos do Direito Internacional”. “Por enquanto, não temos nenhuma outra coisa a fazer além disso”, concluiu o vice-presidente.
Alexandre Bruzzi, brasileiro residente em Kiev, relata a situação da capital da Ucrânia durante a madrugada desta quinta-feira (24), após invasão de tropas russas no país. “Estou um pouco distante do centro de Kiev. A gente só armazenou suprimentos, passaporte, utensílios que vão ajudar a gente no momento mais sério de fuga. Estamos tensos, seguindo orientações das autoridades locais, que pediram pra gente ficar em casa para não existir pânico”, disse Bruzzi.
*Eliana Saraiva, com informações da RadioBras. Créditos Fotográficos: Foto reprodução internet.