IPCA-15 sobe 0,16% em outubro após registrar deflação por dois meses

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IPCA-15 sobe 0,16% em outubro após registrar deflação por dois meses

Foto: Divulgação

Alta interrompe dois meses de deflação no indicador; o IPCA-15 acumula uma alta de 4,80%% no ano e a taxa em 12 meses ficou em 6,85%

Após dois meses de deflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) voltou a registrar alta em outubro, de 0,16% ante setembro, informou na manhã desta terça-feira (25) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A inflação anunciada em outubro foi mais alta do que o consenso Refinitiv, que esperava 0,05% na comparação com o mês anterior. Com o resultado anunciado nesta quarta, o IPCA-15 acumula uma alta de 4,80%% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 6,85%. A projeção era de 6,75%.
Assim como no mês anterior, somente três dos nove grupos do IPCA-15 tiveram queda de preços. Em outubro, essas retrações foram em Transportes (-0,64%), Comunicação (-0,42%) e Artigos de residência (-0,35%). No lado das altas, as maiores variações vieram de Vestuário (1,43%) e Saúde e cuidados pessoais (0,80%).
Transportes
No grupo Transportes, houve recuo de 6,14% no preço dos combustíveis: o Etanol recuou 9,47%, gasolina teve variação negativa de 5,92%, óleo diesel encolheu -3,52% e o gás veicular mostrou preços 1,33% menores. A gasolina contribuiu com o impacto negativo mais intenso (-0,29 p.p.) entre os 367 subitens pesquisados.
Houve queda também em ônibus urbano (-0,60%), com a redução dos preços das passagens aos domingos em Salvador (-6,38%), a partir de 11 de setembro.
Ainda em Transportes, no lado das altas, destacam-se as passagens aéreas (+28,17%), cujos preços aceleraram em relação a setembro (+8,20%). Em ônibus intermunicipal (0,42%), houve reajuste de 12,00% em Fortaleza, a partir de 1º de setembro, e de 5,00% em Porto Alegre, a partir de 4 de outubro. Outros subitens importantes, como emplacamento e licença (1,72%) e conserto de automóvel (0,64%) seguem em alta.
Comunicação
Outro grupo em queda em outubro foi Comunicação (-0,42%), cujo resultado foi influenciado pela redução nos pacotes de acesso à internet (-1,69%) e nos planos de telefonia móvel (-1,35%). Além disso, houve queda nos preços dos aparelhos telefônicos (-0,87%). Nesse grupo, há impacto da Lei Complementar 194/22, sancionada no final de junho, que fixou um limite para a alíquota máxima de ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações.
Vestuário
No grupo Vestuário (que subiu 1,43% no mês), os preços dos calçados e acessórios (1,82%), das roupas infantis (1,71%) e das joias e bijuterias (1,00%) aceleraram em relação a setembro. Por sua vez, as roupas masculinas (1,54%) e femininas (0,98%) apresentaram altas menos intensas que as do mês anterior (1,78% e 1,83%, respectivamente).
Saúde
Em Saúde e cuidados pessoais (que teve alta de 0,80%), o destaque foi a alta no item plano de saúde (1,44%), decorrente dos reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os planos contratados antes da Lei nº 9.656/98, com vigência retroativa a partir de julho.
Além disso, os preços dos itens de higiene pessoal subiram 1,10% e contribuíram com 0,04 p.p. no IPCA-15 de outubro.
Alimentos e bebidas
Após a queda de 0,47% em setembro, o grupo Alimentação e bebidas registrou alta de 0,21% em outubro. O resultado foi puxado pela alimentação no domicílio (0,14%), cujo resultado havia sido uma deflação de -0,86% no mês anterior. Contribuíram para isso as altas das frutas (4,61%), da batata-inglesa (20,11%), do tomate (6,25%) e da cebola (5,86%). Por outro lado, os preços do leite longa vida (-9,91%), do óleo de soja (-3,71%) e das carnes (-0,56%) continuaram em queda.
A alimentação fora do domicílio passou de 0,59% em setembro para 0,37% em outubro. Enquanto a refeição (0,44%) teve variação superior à do mês anterior (0,36%), o lanche desacelerou de 0,94% para 0,23%.
Habitação
Em Habitação (alta de 0,28%), a energia elétrica subiu 0,07% em outubro. Após a sanção da Lei Complementar 194/22, os serviços de transmissão e distribuição foram retirados da base de cálculo do ICMS nos estados em que houve decreto ou norma prevendo tal exclusão. No entanto, posteriormente, foram identificados casos em que a cobrança continuou sendo realizada. Nesse sentido, foram feitos ajustes no IPCA-15 de outubro para compensar a retirada do ICMS, com o objetivo de contabilizar na conta padrão o que efetivamente foi cobrado dos consumidores.
Ainda em Habitação, outro subitem com alta em outubro foi taxa de água e esgoto (0,39%), em função do reajuste médio de 13,22% aplicado em uma das concessionárias de Porto Alegre (3,36%), a partir de 29 de setembro.
Regiões
Nove das 11 áreas pesquisadas tiveram variações positivas no IPCA-15 em outubro. A maior variação ocorreu em Brasília (0,56%), influenciada pela alta nos preços das passagens aéreas (37,59%). Já a menor variação foi registrada em Curitiba (-0,24%), puxada pela queda da gasolina (-6,58%).
Fonte: IBGE

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