Juiz marcou início das audiências para o fim do mês de maio; os três sócios da cervejaria e outras dez pessoas foram denunciadas. O caso Backer se deve à intoxicação em série de consumidores da cerveja Belorizontina, da Backer, que se tornou pública no primeiro fim de semana de 2020, após a divulgação de relatos em redes sociais.
Após dois anos e dois meses do início da investigação sobre as intoxicações e mortes causadas pela cerveja Belorizontina, da Backer, a Justiça mineira marcou, na terça-feira (15), o início das audiências e julgamento dos acusados. Ao todo, dez pessoas foram denunciadas pelo MPMG (Ministério Público de Minas Gerais). Entre elas, os diretores da cervejaria.
As reuniões estão previstas para ocorrem entre os dias 23 e 26 de maio deste ano. “Nessa fase, testemunhas, vítimas, peritos e acusados devem ser ouvidos para colher provas por meio de depoimentos. São 11 réus, sendo que um deles faleceu. Posteriormente, a Justiça pode determinar a apuração de novas provas. Não é possível prever quando será a decisão final”, detalhou o Fórum sobre a dinâmica que será adotada.
De acordo com o juiz Haroldo André Toscano de Oliveira, em razão da alta complexidade do feito, pluralidade de réus e procuradores, elevado número de testemunhas arroladas pelas partes, aliada à pandemia sanitária e cautelas dela decorrentes, as audiências de instrução e julgamento serão fracionadas, com designações de datas de forma distinta e gradativa. No parecer, o juiz também rejeitou os pedidos iniciais dos réus para absolvição.
Haya Khalil Lebbos, Munir Khalil Lebbos e Ana Paula Lebbos, sócios da marca, foram acusados de adulterar produto alimentício. Cinco funcionários da empresa foram denunciados por homicídio culposo, em que não há intenção de matar. Segundo o MPMG, eles trabalhavam em áreas ligadas ao processo de produção e segurança na fábrica. Um oitavo investigado também vai responder por adulteração de alimento e um 10º por falso testemunho.
O caso Backer se deve à intoxicação em série de consumidores da cerveja Belorizontina, da Backer, que se tornou pública no primeiro fim de semana de 2020, após a divulgação de relatos em redes sociais.
No fim das investigações, os peritos concluíram que parte do lote da bebida estava contaminada com monoetilenoglicol e dietilenoglicol, dois anticongelantes tóxicos ao corpo humano, usados no processo de resfriamento industrial. O material teria caído na bebida durante a fabricação. Tanques da empresa, localizada na região oeste de Belo Horizonte, estavam furados.
Ao menos dez pessoas morreram em decorrência das intoxicações. Mais de 20 teriam apresentado problemas de saúde. Algumas delas tiveram sequelas motoras. Entre os sintomas mais comuns relatados pelos pacientes estão insuficiência renal e paralisias motoras. Algumas famílias que ficaram de fora do primeiro inquérito policial ainda tentam provar que foram vítimas da intoxicação.