Segundo informações da Agência Senado, dono da Havan está sendo acusado de pertencer ao “gabinete paralelo”. Indícios apontam que mãe do empresário teve covid-19 e teria feito o chamado “tratamento precoce”, porém, a doença não constou em seu atestado de óbito
Nesta quarta-feira (29/09), a partir das 10h da manhã, a CPI da Pandemia, em andamento no Senado Federal, deve ouvir o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan.
A convocação de Hang foi aprovada na última quarta (22). Segundo o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB), “o depoimento da referida pessoa, por esta CPI é imperioso e imprescindível para o desenrolar da fase instrutória e, obviamente, para futuro deslinde das investigações”.
Segundo informações da Agência Senado, Hang é acusado de pertencer ao chamado “gabinete paralelo”, “grupo de apoiadores de Jair Bolsonaro suspeito de aconselhar o presidente em relação à pandemia de covid-19, promovendo ideias sem comprovação científica”.
Recentemente, circularam também notícias a respeito do falecimento da mãe do empresário, Regina Hang, que morreu em fevereiro deste ano. Em vídeo, Luciano Hang afirmou que sua mãe poderia ter sido salva se tivesse feito “tratamento preventivo”.
Porém, o prontuário da então paciente, obtido pela CPI junto ao hospital Sancta Maggiore, indica que ela havia tomado hidroxicloroquina e ivermectina antes da internação, além de posteriormente ter sido submetida a ozonioterapia por via retal. Embora o prontuário indique que Regina Hang teve covid-19, a doença não constou em seu atestado de óbito.
Segundo Calheiros, Luciano Hang teria pedido aos médicos que não revelassem que sua mãe fizera o chamado “tratamento precoce”. O objetivo, de acordo com o senador, seria o de não desmoralizar publicamente o uso da hidroxicloroquina e da ivermectina.
A comissão suspeita que o objetivo da operadora de saúde Prevent Senior, dona do hospital no qual Regina estava internada, era o de “gerar uma subnotificação de óbitos pela doença, favorecendo teses do gabinete paralelo”.
Alguns integrantes da CPI se manifestaram contra a convocação de Hang. Jorginho Mello (PL) considerou “revoltante” a CPI “desrespeitar a memória da mãe do empresário” e pôr em dúvida “seu amor de filho”. Para outros senadores, porém, a conduta de Luciano Hang foi considerada “desumana”.
Texto: Victor Gandin (com informações da Agência Senado)
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