Atos contra o governo de Jair Bolsonaro aconteceram em 17 cidades do País. Impeachment do presidente da República, vacinação em massa e combate à crise econômica foram as pautas das manifestações.
Manifestações contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) aconteceram em diversas capitais e cidades brasileiras neste domingo (12). Além de pedirem o impeachment do presidente da República, os manifestantes cobraram também a vacinação em massa e o combate à crise econômica.
Organizado pelo Movimento Brasil Livre (MBL), Livres e Movimento Vem Pra Rua, os atos aconteceram em 17 cidades brasileiras. Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES) e Manaus (AM) iniciaram as manifestações ainda pela manhã.
Em Brasília, os atos começaram por volta das 15h e contaram com a presença de diversas lideranças políticas. Entre eles, o presidente nacional do partido Cidadania, Roberto Freire, disse não haver espaço para divisão em um momento como esse. “Aqui é um espaço de todos que são oposição ao Bolsonaro, sem veto. Nesse sentido, esse é o primeiro passo”, destacou Freire.
O Coordenador do Livres no Distrito Federal, Matheus Leoni, disse que as principais pautas das manifestações são o pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro e a defesa da democracia. “Hoje conseguimos reunir grupos dos partidos dos mais variados espectros ideológicos, com um único propósito, que é garantir a democracia no País. Porque, apesar de termos inúmeras divergências, a democracia nos une.”
Representante do Movimento Brasil Livre (MBL) em Brasília, Thiago Couto Duque, destacou que, apesar de haver muitas pautas que merecem manifestação da população, os atos deste domingo são focados em solicitar o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. “Acho que o impeachment nunca esteve tão perto. Se as manifestações de hoje em Brasília e no restante do Brasil forem boas, será o empurrão que falta para o Arthur Lira sentir a pressão e pautar o tema.”
O professor Nilton Barroso, 39, também compareceu às manifestações na Esplanada dos Ministérios. Para ele, atentados contra a democracia vem acontecendo no Brasil. Entretanto, o professor não sabe se é favor do impeachment do presidente. “Tenho sentimentos misturados. Acho que o ideal seria ele sair, mas é preciso pensar bem se essa é uma saída viável.”
A empresária Priscila da Mata, 40, diz que compareceu às manifestações para defender os direitos de liberdade individual. “Eu vim lutar pelos direitos da democracia, pelo direito de falar, pelo direito de andar e ser o que quisermos ser. Atualmente, a gente percebe uma movimentação contrária ao que é diverso, e essa manifestação é para corrermos atrás desses direitos”, afirma.
À BBC News Brasil o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), uma das lideranças do MBL, reconheceu que é necessário unificar diferentes forças políticas para fazer frente aos atos de 7 de setembro, em que Bolsonaro reuniu grande número de apoiadores em São Paulo e Brasília.
Outras cidades também registraram manifestações no período da tarde contra o governo Bolsonaro, como Belém (PA), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Teresina (PI) e Natal (RN).
Protestos na Avenida Paulista
Na Avenida Paulista (SP), as manifestações iniciaram no fim da manhã e se concentraram em frente ao Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp) e à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Com diversos trios elétricos, o ato contou com a participação de políticos .
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), que deixou o governo nos primeiros meses da pandemia do coronavírus, voltou a criticar o presidente em relação às políticas de combate à crise sanitária. “Bolsonaro teve todos os poderes para coordenar a pandemia, deu maus exemplos e adiou o quanto pode a compra de vacinas porque tinha motivações obscuras. Eu falei que essa doença [Covid-19] é grave, que essa doença é contagiosa. E ele olha e diz: ‘mas só vai morrer quem tem que morrer’”, disse o ex-ministro.
Outros parlamentares, como a senadora Simone Tebet (MS/MS), a deputada Tábata Amaral (PDT/SP) e o pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT), também discursaram durante o ato na Paulista.
O Partido dos Trabalhadores (PT) e outras legendas de esquerda não aderiram aos protestos deste domingo. Eles organizam outros atos contra o governo. A direção do PT anunciou uma manifestação contra Bolsonaro para o dia 2 de outubro.
Fonte: Brasil 61