Baricitinibe e sotrovimab tiveram o uso autorizado pela Organização Mundial de Saúde depois de pesquisas publicadas no British Medical Journal
A superlotação dos hospitais, causada pela nova cepa da Covid-19, a Ômicron, com resultados alarmantes em todo mundo, exige da ciência resultados imediatos no tratamento da doença. Pesquisadores e laboratórios se esforçam para apresentar soluções que evitem o caos na saúde e protejam a população, evitando internações e perdas significativas. Além da vacina, caminho comprovado como alternativa de proteção, alguns remédios começam a surgir, mesmo que seus usos se devam ao ambiente hospitalar, sob cuidados dos profissionais de saúde. É o caso da Baricitinibe e Sotrovimab, dois remédios em uso para outras enfermidades, que ajudam no tratamento contra a covid-19, que receberam o aval da Organização Mundial de Saúde.
A Baricitinibe é um anti-inflamatório utilizado para casos de artrite reumatoide. Quando associado a corticoides, ajuda os pacientes a evitar a ventilação mecânica, nos casos mais graves da doença. A Sotrovimab é um anticorpo monoclonal administrado como transfusão para receptores de transplantes, pacientes com câncer e outros grupos de alto risco. Depois das pesquisas realizadas, principalmente no Reino Unido, se for administrado rapidamente, logo após os sintomas, ele pode evitar que as pessoas fiquem gravemente doentes.
O entrave no uso destes medicamentos está no alto custo. A Baricitinibe, por exemplo, tem a patente em nome do Laboratório Eli Lilly e custa US$ 2 mil, certa de R$ 11 mil, inviabilizando sua utilização nos países mais pobres. Na Índia e em Bangladesh há um genérico do produto que sai a US$ 6, certa de R$ 33 reais. O laboratório Eli Lilly confirmou a patente, impedindo genéricos, em países como África do Sul e Brasil, entre outros. O laboratório está em contato com governos de vários países, no sentido de baratear o custo do tratamento e facilitar o seu acesso à população.
Havia também a expectativa de aprovação de outros remédios contra a covid-19, a ruxolitinibe e a tofacitinibe, mas foram reprovados pela OMS. Remdesivir e ivermectina foram desaconselhados por não apresentarem comprovação científica. Segundo a OMS, são esses os remédios aprovados para conter a covid-19. Em casos graves: corticosteroides, IL-6RB e Baricitinibe. Em casos moderados: REGN-COV e Sotrovimab.
Fonte: OMS