Rogério Ceni falou sobre falhas do São Paulo, muitas delas impostas pela capacidade do Palmeiras
Foram 15 finalizações no primeiro tempo, um massacre que impôs um resultado parcial de 2 x 0, sem contar a pressão. Abel Ferreira posicionou sua equipe ofensivamente num 2-3-5, liberou os dois laterais ao mesmo tempo, deixou só Gustavo Gómez e Murilo na marcação a Calleri. Na última linha, cinco jogadores posicionados, com Dudu, Raphael Veiga, Rony, Zé Rafael e Scarpa, Marcos Rocha, Danilo e Piquerez chegando, logo atrás.
O São Paulo cometeu erros demais. Rogério Ceni falou sobre a dificuldade de ganhar a segunda bola, de evitar a troca de passes do Palmeiras, de ele próprio ver seu time tocando a bola. Muitos destes erros foram forçados por uma atuação imponente do Palmeiras. Em cada clássico vencido, uma estratégia diferente. Muita posse de bola contra o Santos, pouca no Morumbi na fase de classificação, roubadas de bola no campo de ataque contra o Corinthians, inversões do lado da jogada e finalizações seguidas contra o São Paulo, no Allianz.
O Palmeiras é um camaleão. Se os adversários não percebem que muda de cor — e de estratégia — que procurem um oftalmologista. Muda, transforma-se. Como qualquer time do mundo, tem dia de jogar mal. Aconteceu no jogo de ida das finais, no Morumbi, méritos do São Paulo, que atuou empurrado por sua torcida. Como disse Abel Ferreira, ele ainda vai entender por que razão, no Brasil, o efeito mando de campo faz tanta diferença.
Faz a ponto de o Palmeiras conquistar um título com goleada de 4 x 0, o que não acontecia desde os 4 x 0 de 1993 contra o Corinthians, no Morumbi. Ninguém faz 4 x 0 numa final de campeonato sem deixar nenhum legado ao futebol do Brasil. Já deixou um livro, duas Libertadores e uma goleada quase inédita na história do Paulistão.
Fonte: Blog do PVC – Globo Esporte