O Confederação Nacional da Indústria aponta que o desempenho médio do segundo trimestre foi de 47,4 pontos
As pequenas indústrias brasileiras registraram melhora do desempenho e da situação financeira no segundo trimestre de 2022. Segundo o Panorama da Pequena Indústria, compilado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o desempenho médio do segundo trimestre foi de 47,4 pontos, o melhor para o período em 11 anos. O indicador é maior que o registrado no primeiro trimestre de 2022 (45,5 pontos) e no segundo trimestre de 2021 (46,5 pontos).
O Índice de Situação Financeira das pequenas indústrias também apresentou uma ligeira melhora, alcançando 41,2 pontos no segundo trimestre de 2022, um aumento de 0,2 ponto em relação ao primeiro trimestre deste ano. Também houve uma melhora do indicador na comparação com o segundo trimestre de anos anteriores.
De acordo com o levantamento, o Índice de Confiança do Empresário Industrial para as pequenas indústrias ficou em 57 pontos em julho de 2022, uma queda de 1,3 pontos na comparação com o mês de junho. No entanto, desde o início do ano, a confiança segue oscilando acima da média histórica de 52,8 pontos. Já o Índice de Perspectivas do setor, que avalia as percepções dos empresários para os próximos meses, apontou uma queda de 0,9 ponto em julho de 2022, passando para 51,3 pontos. As médias do primeiro e segundo trimestre deste ano ficaram em 51,2 e 51,5 pontos, respectivamente, mostrando que o Índice de Perspectivas tem se mantido em um patamar positivo.
A analista de Políticas e Indústria da CNI, Paula Verlangeiro, avalia os resultados positivamente e de acordo com ela, o Índice de Confiança do Pequeno Empresário apresenta um resultado otimista. E as perspectivas para o futuro estão em um patamar positivo.
Principais desafios
A falta ou o alto custo de matérias-primas permanecem no primeiro lugar do ranking de principais problemas enfrentados pelas pequenas empresas dos setores extrativo, de transformação e de construção, no segundo trimestre de 2022. No entanto, houve uma redução de assinalações entre as pequenas indústrias da transformação (-6,9%) e as extrativas (-6,8%). Já na construção houve um aumento de assinalações do problema (+5,4%).
“Para extrativa e para transformação, houve menor número de assinalações nesta pesquisa, mostrando que essa questão continua muito importante, mas outras questões podem estar surgindo e outros problemas podem estar ganhando destaque”, explica a analista da CNI.
A elevada carga tributária aparece na segunda posição do ranking para todos os setores, sendo citada por 38,5% das pequenas indústrias da transformação, 25,5% das extrativas e 25,3% da construção.
Já a demanda interna insuficiente também está entre os principais problemas enfrentados por todos os setores, sendo assinalada por 25,5% da pequena indústria extrativa (também em segundo lugar), 22,6% da transformação (terceiro lugar) e 19,2% da construção (quinto lugar).
Paula Verlangeiro destaca a expectativa da CNI para o próximo trimestre. Ela firma é esperado que as perspectivas continuem em patamar positivo, que o índice de confiança continue indicando otimismo e que o desempenho e a situação financeira continuem melhorando.
A composição dos índices do Panorama da Pequena Indústria leva em consideração o volume de produção, o número de empregados, a utilização da capacidade instalada, a satisfação com o lucro operacional e a situação financeira, a facilidade de acesso ao crédito, a expectativa de evolução da demanda e a intenção de investimento e de contratações. Todos os meses, os pesquisadores da CNI ouvem cerca de 900 empresários de empresas de pequeno porte.
Fonte: CNI