A Petrobrás foi criada em 1953. Nos anos 60 e 70 não éramos auto suficientes em petróleo para refino próprio, porém já tínhamos grandes montadoras de veículos aqui instaladas e que consumiam gasolina. Dessa forma importávamos petróleo para refino aqui.
As refinarias daquela época foram concebidas para refinar petróleo importado do oriente médio que é leve. O petróleo produzido atualmente no Brasil, principalmente o do pré sal é mais pesado, o que obriga nossas refinarias a misturar o nosso petróleo com o importado dos países árabes e Nigéria para proceder ao refino.
O investimento todos esses anos concentrou-se na produção, não no refino e nossas refinarias estão ultrapassadas para a necessidade atual. Resumindo, a capacidade de produção atenderia a demanda interna, mas como não temos tecnologia e capacidade de refino para processar um óleo mais pesado, exportamos o petróleo bruto e temos que importar os derivados processados.
Nesse cenário, sendo a Petrobrás uma empresa de economia mista, tem que se sujeitar às regras do mercado, seus acionistas esperam dela um desempenho satisfatório. Não dá pra vender abaixo do valor de compra. Nesse caso o petróleo por tratar-se de uma commoditie como a soja, o arroz, o milho e a carne por exemplo está sujeita à variações de preço no mercado internacional e cotada em dólar americano. Assim sendo, estamos expostos à duas variantes, produto e câmbio. Se considerarmos a volatilidade do preço do barril do petróleo no mercado internacional, que o real foi uma das moedas mais desvalorizadas no mundo nos últimos dois anos, e tendo ainda uma carga tributária de 42% entre tributos estaduais e federais como é o caso da gasolina, fica explicada a razão do sofrimento brasileiro na hora de abastecer.