Queda dos preços pode ser explicada pela alteração da cobrança de Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (IMCS) sobre combustíveis
O custo médio da gasolina caiu pela nona semana consecutiva, segundo dados do boletim semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O preço chegou a R$ 5,25 por litro no período de 21 a 27 de agosto. A queda registrada foi de 2,7%, comparada aos dias 14 a 20 do mesmo mês, quando o valor médio foi de R$ 5,40.
A continuidade na queda dos preços pode ser explicada pela alteração da cobrança de Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (IMCS) sobre combustíveis, de acordo com o economista e conselheiro do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Fernando de Aquino.
Segundo Aquino isso levou a uma redução de ICMS, que é um imposto estadual, e consequentemente, uma redução na arrecadação de impostos dos estados. Cabe observar que era uma arrecadação que tinha aumentado bastante em função do preço dos combustíveis nos últimos meses, que vinha aumentando muito. E quando se reduz o imposto, ele apenas volta pra uma situação que havia antes dessa explosão dos custos.
Fatores de alteração dos preços e projeções para o futuro
Além do ICMS, o economista aponta a redução dos preços internacionais do petróleo como outra causa da queda no preço da gasolina. Isso é transmitido para o preço dos combustíveis através dos custos de produção e, em relação a esse custo, cabe observar que a Petrobrás há vários anos vem praticado o que a gente chama de paridade de preços de importação. Quando o preço do petróleo no mercado internacional cai, o dólar se valoriza, reduz o preço no Brasil.
De acordo com o especialista, o contrário também acontece e, por isso, os preços oscilam. Ou seja, a Petrobrás aumenta o valor dos produtos sempre que os preços internacionais do petróleo crescem, ou quando a taxa de câmbio se desvaloriza. “É uma coisa que leva a oscilação muito grande dos preços, e há momentos em que o preço sobe bastante, como nos primeiros meses deste ano. Até pouco tempo atrás, que houve essa explosão de preços”, explica Fernando de Aquino.
Entre maio e junho de 2022, o preço da gasolina atingiu o maior valor pago entre os consumidores, entre R$ 7,19 e R$ 7,39 por litro. O custo do litro do diesel também subiu em junho, atingindo o preço de R$ 7,57 em abril, e o do etanol atingiu o valor máximo de R$ 5,53. Por outro lado, na última semana, o diesel passou a custar R$ 6,93 por litro, com uma queda de 8,4%, e o último valor levantado para o litro de etanol foi de R$ 3,84.
Eliana Saraiva, com informações da ANP