No Dia da Consciência Negra o Portal Matão Informa traz o legado de personalidades negras e negros que tiveram grande importância na construção da História ria do Brasil
Um dos grandes personagens do Quilombo dos Palmares foi Zumbi. Ele ficou conhecido por ter sido um dos líderes do quilombo e acabou pagando com sua vida por isso. Zumbi dos Palmares nasceu na Serra da Barriga, capitania de Pernambuco no ano de 1655. Foi um dos principais representantes da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial. Foi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas.
Zumbi foi um dos três líderes que se conhece do Quilombo dos Palmares, o maior quilombo que surgiu na história do Brasil. O primeiro registro que se tem desse quilombo remonta a 1597, mas existem algumas especulações de que ele tenha surgido antes. Palmares era o nome que se dava ao conjunto de mocambos que o formava.
Entre os mocambos que formavam Palmares estavam Acotirene, Andalaquituche e Aqualtune. O principal deles era Cerca Real do Macaco, muito conhecido também como Mocambo do Macaco. Esse era o centro político de Palmares e chegou a contar com até 6 mil habitantes. Ao todo, fala-se que o complexo que formava Palmares possuía 20 mil habitantes.
Até certo tempo, estava consolidada certa história de que Zumbi tinha sido sequestrado na sua infância, durante um ataque a Palmares, e tinha sido criado por um padre que o nomeou de Francisco e o alfabetizou. Zumbi teria fugido, na adolescência, retornado a Palmares e lá assumido uma posição de liderança. Essa versão, no entanto, tem sido questionada pela falta de evidências que a sustentam.
Uma menção a Zumbi é feita pelo rei de Portugal d. Pedro II, em uma carta na qual o rei português propõe perdão para Zumbi caso ele aceitasse viver como súdito de Portugal. Essa carta faz menção a uma esposa e a filhos de Zumbi.
Parte dos historiadores acredita que Zumbi, o líder que resistiu e morreu, em 1695, existiu, mas que o termo “zumbi” poderia ser um título existente em Palmares. Um indicativo disso é dado pelo historiador e pesquisador Felipe Aguiar Damasceno que aponta que documentos holandeses da década de 1640 faziam menção a uma autoridade em Palmares que foi registrada por eles como “Dambij”. A semelhança de “Dambij” e “Zumbi” sugere uma relação direta do personagem com uma posição de autoridade e da utilização do termo como um título.
Algumas certezas sobre Zumbi são que, em 1678, ele se desentendeu com o então líder do quilombo, Ganga Zumba. Isso aconteceu porque Ganga Zumba havia recebido uma oferta de paz das autoridades portuguesas, e ele, aceitava se mudar para uma aldeia estipulada pelos portugueses, e os negros nascidos em Palmares continuariam livres, mas os fugidos seriam reencaminhados à escravidão.
Ganga Zumba aceitou a oferta dos portugueses, porque estava sendo chantageado pelos portugueses. Alguns de seus parentes haviam sido sequestrados e acabaram sendo usados como moeda de troca para forçar o líder do quilombo a aceitar a oferta de paz. O aceite de Ganga Zumba dividiu Palmares e parte dos quilombolas se voltaram contra ele – incluindo o próprio Zumbi.
Ganga Zumba acabou sendo morto – não se sabe se foi morto por portugueses ou pelos próprios quilombolas, e Zumbi tornou-se líder. Zumbi também entrou em conflito com o irmão de Ganga Zumba, chamado Gana Zona, mas acabou prevalecendo. Em 1678, tornou-se líder de Palmares e conduziu a resistência palmarina nos últimos anos.
Morte de Zumbi de Palmares
Depois que a expedição de Domingos Jorge Velho destruiu o Mocambo do Macaco, Zumbi e outros sobreviventes fugiram e esconderam-se nas matas da Serra Dois Irmãos. Durante um ano e meio, resistiram embrenhados no mato. Essa informação foi obtida por novos estudos que desmitificaram a ideia de que Zumbi teria cometido suicídio em 1694.
Zumbi foi morto, em 20 de novembro de 1695, depois que um de seus companheiros chamado Antônio Soares revelou sob tortura o local de esconderijo de Zumbi. Um bandeirante chamado André Furtado de Mendonça organizou uma emboscada que localizou Zumbi. Após ser morto, sua cabeça foi decepada e exposta em Recife.
Cerca Real do Macaco era protegido por uma paliçada e cercado de armadilhas como garantia de segurança. Todos os outros mocambos eram ligados a Cerca Real do Macaco por meio de estradas que se estendiam na região da Serra da Barriga, local onde ficava o Quilombo dos Palmares. Essa região, na época, estava vinculada à capitania de Pernambuco.
No período da invasão holandesa, Palmares prosperou, mas, depois que os holandeses foram expulsos, as expedições portuguesas tornaram-se cada vez mais frequentes e resultaram no seu aniquilamento.
A destruição de Palmares aconteceu com a expedição de Domingos Jorge Velho, bandeirante contratado a peso de ouro para atacá-lo. Suas tropas eram formadas por milhares de homens (especula-se até 9 mil homens) e equipadas com canhões. Depois de uma luta intensa, Cerca Real do Macaco foi destruído em 1694, forçando os sobreviventes a fugirem.
Fonte: www.cultura.al.gov.br