A caderneta de poupança, investimento mais antigo do mercado financeiro, remonta dos tempos do império, quando muitos escravos guardavam seus recursos buscando comprar sua carta de alforria. Atravessou os anos e é hoje é fonte de captação para alocação de recursos destinados ao financiamento imobiliário. Prática, segura e popular, essa modalidade de investimento por muitos anos foi a campeã em volume financeiro.
Esse cenário vem se alterando atualmente pela possibilidade de acesso a outros produtos mas principalmente pela baixa rentabilidade. A captação líquida no mês de novembro, ou seja o total de depósitos menos retiradas apresentou um resultado negativo de 12,38 bilhões de reais. É o pior resultado para novembro desde 2015. No ano o acumulado apresenta um resultado negativo de 43,16 bilhões de reais.
A interpretação para esse resultado negativo no mês pode ser avaliado sob vários aspectos, consequência de um cenário de inflação que obriga o poupador a lançar mão dos recursos depositados para complementar suas despesas, reflexo da alta taxa de desemprego, efeito dos gastos com a black Friday mas principalmente fuga da poupança para busca de outros investimentos.
Não bastasse tudo isso, em dezembro a fórmula de cálculo de rendimentos vai sofrer alteração e ela não é boa pro poupador. Com a elevação da taxa Selic na última quarta feira, atingindo 9,25% aa muda a remuneração. Por lei sempre que a taxa Selic estiver abaixo de 8,5% aa, a remuneração rende 70% da Selic mais TR. Como a TR está zerada, o rendimento até esta semana era de 70% de 7,25%, ou seja 5,5% ao ano. Com a recente elevação a taxa básica de juros ultrapassou o teto de cálculo e agora a remuneração passa a ser de 0,5% ao mês mais TR. Na prática isso significa que ocorrendo novas elevações na taxa de juros a poupança ficará travada no 0,5% ao mês, ou seja mais prejuízo para o cliente. Prejuízo aliás que já vinha ocorrendo mesmo no modelo anterior se considerarmos um rendimento de 5,5% no ano para uma inflação acumulada de 10,73%..
O caminho é buscar outras alternativas, o mercado oferece boas opções até mesmo para o pequeno poupador. É avaliar as opções em relação ao que mais encaixa em seu perfil, disponibilidade e quando vai precisar dos recursos. Se informe, fale com seu gerente e procure atrelar seus recursos a indexadores ligados à inflação.