Nesta semana tem inicio a Agrishow, principal exposição do agro brasileiro
O retorno das feiras presenciais neste início de ano animou os fabricantes de máquinas e implementos agrícolas. “Os negócios foram acima das expectativas e o público presente surpreendeu e mostrou confiança”, afirma João Carlos Marchesan, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). As feiras mostraram a resiliência do agricultor após a estiagem que provocou quebra da safra na Região Sul.
Realizada entre 7 e 14 de fevereiro em Cascavel (PR), a Show RuralCoopavel movimentou R$ 3,2 bilhões em negócios e superou os R$ 2,7 bilhões registrados na última edição, em 2020. O presidente daCoopavel, Dilvo Grolli, diz que o resultado surpreendeu, pois o público esperado, que era de até 150 mil pessoas, fechou em 285 mil. A projeção inicial era de 400 expositores e atingiu 585.
Outra grande feira que abriu o calendário foi a Expodireto Cotrijal, realizada de 7 a 11 de março em Não–Me-Toque (RS). Nei Manica, presidente da Cotrijal, comemora o faturamento total de R$ 4,9 bilhões, do quais R$ 4,37 bilhões correspondem às intenções de negócio
protocoladas junto aos bancos oficiais e das fábricas. O movimento praticamente dobrou em relação a 2020, quando as vendas somaram R$ 2,65 bilhões, com participação de R$ 2,25 bilhões nas intenções de negócios na área de máquinas e implementos agrícolas.
Presente nas duas feiras, Fernando Gonçalves, presidente da Jacto, diz que, apesar dos prejuízos provocados pela seca, os agricultores buscaram novas tecnologias. O diretor de mercado Brasil da New Holland Agriculture, Eduardo Kerbauy, diz que 2022 é o ano de retomada das atividades e que é preciso superar entraves nos fornecimentos de peças e fretes, além do aumento dos preços dos insumos, mas “o setor deve crescer de forma
contínua e sustentável”.
“Os preços das commodities, safras recordes e o impacto positivo do câmbio fazem com que o produtor continue investindo em máquinas para ter maior produtividade”, afirma o diretor de vendas da Massey Ferguson (AGCO), Alexandre Stucchi. A expectativa é grande em relação à Agrishow, principal exposição do agro brasileiro, que será realizada nesta semana entre 25 e 29 de abril, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Após dois anos de cancelamentos, por causa da
pandemia de Covid-19, a organização aposta que os agricultores estejam ávidos por inovações tecnológicas para melhorar a produtividade, eficiência, sustentabilidade e rentabilidade no campo.
“Será um show de novidades, já que, apesar da pandemia, as indústrias de máquinas e implementos não pararam suas produções e os engenheiros continuaram desenvolvendo novas tecnologias que agora chegam aos agricultores”, promete o presidente da Agrishow, Francisco Matturro. Nem as recentes realizações da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS), e do Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR), preocupam. “Essas feiras foram bem, mesmo com a longa estiagem e perda de safra no Paraná e no Rio Grande do Sul, por isso a nossa expectativa para a Agrishow é positiva”, emenda Matturro.