Projeto Favela Galeria ocorre na zona leste de SP, “no meio da quebrada”.
Uma galeria de arte a céu aberto “no meio da quebrada”. É assim que o rapper Catata Crazzy, batizado Ezequias Cardoso, de 34 anos, descreve a comunidade em que vive.
Em 2009, com o projeto Favela Galeria, o colorido do grafite passou a ganhar muros, portões e vielas da Vila Flávia, no bairro São Mateus, na zona leste paulistana. Hoje, se colocadas em linha reta, as pinturas somam mais de 3 quilômetros de exposição. “O grafite trouxe mais vida para os lugares, inclusive, aqui na minha residência”, conta a moradora do bairro .
Ela não teve dúvidas. “Ainda mais que foi no meio da pandemia e eles falaram que era para fazer homenagem ao pessoal da saúde”, relembra. A moradora relata que a periferia é esquecida e acredita que projetos assim fazem com que “as pessoas se sintam mais acolhidas”.
Catata, que é integrante do projeto, conta que o bairro já é conhecido por atividades ligadas à arte, como grupos de rap e grafite. Com o Favela Galeria, além das pinturas, passaram a ser realizadas oficinas para os jovens da comunidade. “Tem vários tipos de eventos que acontecem aqui. Artistas que se unem para pintar a quebrada e pessoas que fazem contato e quando a gente recebe algum recurso de projetos também fazemos atividades”. Segundo Catata, a ideia é transformar São Mateus no bairro da arte.
Ele destaca que o projeto se insere dentro de uma lógica comunitária e territorial. “Tudo que a gente faz tem uma preocupação com o território. Nessa época de pandemia, as nossas atividades artísticas diminuíram, mas as nossas atividades aqui dentro não diminuíram. A nossa maneira, e com apoiadores conseguimos fortalecer as pessoas nesse período tão duro, que foi a pandemia e dentre a ajuda , figura a entrega de cestas básicas.”
É dessa forma que artistas urbanos buscam dar vida as comunidades menos favorecidas, proporcionando momentos de integração e vivencias.