Setembro Amarelo: USP, Unesp e UFSCar se mobilizam para ajudar na saúde mental dos estudantes

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Setembro Amarelo: USP, Unesp e UFSCar se mobilizam para ajudar na saúde mental dos estudantes

Universidades tiveram alta na demanda por atendimentos psicológicos na volta às aulas presenciais. Unesp , em 2022, oferece serviço de psicologia regional permanente.

Vários motivos na vida cotidiana dos estudantes universitários levam ao estresse. Começar a graduação na universidade ou entregar o trabalho de conclusão de curso, por exemplo, são fatores que podem ser muito estressantes para os estudantes universitários, bem como a luta pela permanência na universidade e lidar com questões como falta de dinheiro e distância da família e dos amigos também são fatores de estresse.
Estes problemas se agravaram pela pandemia de Covid-19 e os dois anos de aulas remotas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão e a ansiedade aumentaram mais de 25% apenas no primeiro ano da pandemia.
A Universidade Estadual Paulista (Unesp), a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que têm campi na região de São Carlos, Araraquara, Rio Claro e São João da Boa Vista, sentiram aumento na demanda por atendimentos psicológicos no retorno das aulas presenciais. Preocupadas com essa situação, as universidades têm implantado medidas para promoção e cuidado da saúde mental da comunidade universitária.
UNESP
No Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio, a Unesp lançou o programa “De setembro a setembro”, para ampliar o cuidado com a saúde mental e promover a prevenção do risco de suicídio em sua comunidade universitária.
O nome faz alusão ao “Setembro Amarelo”, campanha nacional de prevenção ao suicídio, criada pela Associação Brasileira de Psiquiatria em parceria com o Conselho Federal de Medicina, mas ao contrário da campanha que intensifica a prevenção no mês de setembro, o objetivo da iniciativa da Unesp é fazer um acompanhamento contínuo das questões que possam afetar a saúde mental dos alunos e estabelecer ações constantes ao longo de todo o ano.
A psicóloga regional da Coordenadoria de Saúde e Segurança do Trabalhador da reitoria da Unesp e responsável pelos campi que ficam na região (Araraquara, Rio Claro e São João da Boa Vista), que somam 7,8 mil alunos de graduação salientou que o projeto objetiva a prevenção o ano inteiro, evitando assim o suicídio, que , segundo ela, é uma situação extrema. Ela esclarece que é importante dar atenção e fomentar um mapeamento das situações preocupantes que envolvam os estudantes e servidores públicos e cuidar dessas questões assim que forem detectadas.
A Unesp começou a oferecer um atendimento psicológico em 2021 para atender a demanda que surgiu por conta da pandemia. Até então havia acolhimento em clínicas dos cursos de psicologia e um projeto de extensão de atendimento remoto por estudantes de psicologia para evitar a evasão estudantil.
Psicólogos foram contratados temporariamente para um estabelecimento de um serviço de psicologia regional permanente. Muitas questões dentro da vida universitária podem disparar um quadro de ansiedade ou depressão. No caso dos alunos estão entre as principais delas a dificuldade de formação de vínculos e o isolamento de quem precisa mudar de cidade para estudar.
Além do atendimento individualizado, o programa irá promover atividades que despertem a reflexão para quebrar o estigma relacionado à saúde mental e estimular as pessoas a procurarem ajuda.
UFSCar
O atendimento psicológico na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) é mais antigo que na Unesp e já era feito antes da pandemia. A equipe do Departamento de Atenção à Saúde (DeAS) do campus de São Carlos conta com dois psicólogos e uma psiquiatra para atender estudantes, servidores técnicos administrativos e docentes.
A média de atendimentos nos últimos quatro anos foi de 1.850 atendimentos por ano, sendo que a menor média foi em 2020, no primeiro ano da pandemia de Covid-19 e início das aulas remotas, com 1.323 atendimentos. Já a maior média ocorreu no ano seguinte, com 2.224 atendimentos.
Segundo a universidade, a busca por atendimento mental aumentou com o retorno às aulas presenciais. Até agosto, neste ano foram realizados 1.369 atendimentos psicológicos. Se for considerado apenas os a estudantes, a média deste ano é de 160 atendimentos psicológicos e 50 atendimentos psiquiátrico por mês.
Por meio de nota, a UFSCar afirmou que com o fim do isolamento social e com o retorno as atividades presenciais, tem sido possível aferir que há um aumento significativo na busca por atendimento e cuidado em saúde mental. Tal fato tem ensejado maior articulação entre o Departamento de Atenção à Saúde e a Unidade Saúde Escola (USA), dentro do campus e o Hospital Universitário (HU). Além da manutenção das Redes de Apoio Psicossocial forte e atuante é fundamental para um trabalho mais orgânico e assertivo para o atendimento, cuidado e prevenção.
Os estudantes do PAE possuem uma rede de acompanhamento socioassistencial e de saúde, contando com o referenciamento de um profissional do serviço social. Os recursos para financiar o investimento em ações de permanência estudantil fazem parte do orçamento que a universidade recebe do governo federal em alíneas específicas para estas ações, mas precisam ser complementados com recursos próprios e também com doações.
USP
Na Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos o atendimento de saúde mental é feito por diversos canais.

O campus possui uma Unidade Básica de Assistência em Saúde (UBAS), que possui uma médica psiquiatra que atende a comunidade universitária (estudantes, docentes e funcionários técnicos administrativos) em meio período.
De acordo com informações da unidade, a procura por atendimento cresceu vertiginosamente com a volta às atividades presenciais após dois anos de isolamento, principalmente por alunos que já estavam em tratamento em suas cidades e necessitam dar continuidade ao atendimento gratuito.
Há também dois serviços de apoio psicossocial o “Apoia USP” e o “GAPsi”, com equipes formadas pelas assistentes sociais do campus USP São Carlos e por estagiários e extensionistas de psicologia da UFSCar.
Após o retorno das atividades presenciais, neste ano, foi registrado um aumento significativo na demanda, mesmo assim não há fila de espera, pois ao procurar os serviços, a pessoa interessada passa por um atendimento no acolhimento para se identificar qual a demanda e a partir delas definir as necessidades de acompanhamento. Atualmente, 100 estudantes são acompanhados.
Já no Instituto de Física de São Carlos, o programa “IFSC e Bem-Estar de sua Comunidade” trabalha na promoção da saúde mental da comunidade interna, auxiliando nas dificuldades emocionais e relacionadas à vida acadêmica e oferecendo orientações e atendimento psicológico breves. Atualmente estão em atendimento 23 pessoas.
Segundo a USP, geralmente no final do semestre há aumento na procura, nesses períodos pode ser necessário esperar de 2 a 3 semanas para ser atendido. Nas outras épocas do ano, não há fila de espera de atendimento.
FONTE: USP, Unesp e UFSCar

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