“Desde sua implantação, mais de 2.700 recém-nascidos foram atendidos na unidade; Cerca de 20 cidades têm Matão como referência no tratamento de terapia intensiva neonatal”
Em março de 2010, a Santa Casa de Matão testemunhou uma transformação histórica com a inauguração de sua UTI Neonatal e Pediátrica, um marco que mudou para sempre o curso da assistência médica na região. Esse feito não foi apenas um avanço médico, mas também um testemunho do poder da determinação e da solidariedade comunitária. É fundamental destacar que, toda a construção dessa unidade foi realizada com recursos próprios do Hospital Carlos Fernando Malzoni, uma proeza que reflete o comprometimento e a visão de sua gestão e da comunidade que o apóia. A ajuda chegou na forma crucial de recursos destinados à compra de equipamentos, graças à intervenção do saudoso ex-prefeito Jayme Gimenez e a dedicação incansável do pediatra, Dr. Luiz Cerqueira, que era um entusiástico defensor da implantação da UTI. Jayme Gimenez, um ícone na história de Matão e do hospital, conseguiu mobilizar recursos através de deputados estaduais para equipar a unidade com o que havia de mais avançado em tecnologia para cuidados neonatais e pediátricos. É importante destacar que outro fato inédito havia sido conquistado naquele ano, o credenciamento no SUS. O presidente da diretoria executiva do hospital, João Carlos Marchesan, lembra que, na época, como presidente do conselho, entendia que a implantação da UTI neonatal era algo necessário e urgente. “Tudo foi possível, graças ao esforço da nossa diretoria, que aportou recursos para a adequação do espaço, e do saudoso Jayme Gimenez, que conseguiu, com deputados, recursos para a compra dos equipamentos”. E completa. “Era angustiante saber das dificuldades de conseguir vaga, dos riscos do transporte, da luta contra o tempo. Seguramente, muitas vidas foram salvas, e isso nos conforta e nos fortalece para seguir em frente”. Antes dessa transformação, as famílias de Matão enfrentavam uma realidade desoladora. Gestantes em situações de risco e seus bebês prematuros eram submetidos a viagens angustiantes para cidades vizinhas em busca de um suporte que não estava disponível em sua própria comunidade. A dor e a incerteza marcavam esses momentos, deixando cicatrizes profundas na vida de muitas famílias. “A primeira luta que tínhamos era conseguir os leitos em cidades da região, depois, as dificuldades para conseguir o transporte, então, não tínhamos tempo hábil e equipamentos necessários para salvar o bebê, o que nos deixava entristecidos demais”, recorda Dr. Luiz Cerqueira. O médico destaca que, em uma das reuniões com a diretoria do hospital, foi discutido os custos e desafios para a implantação da UTI. “Me lembro que, em um determinado momento da reunião, um membro da diretoria disse: “se uma vida fosse salva na UTI, o investimento já teria valido a pena”, daí em diante, não tive dúvidas que o projeto sairia do papel, fiquei bem entusiasmado”, conclui.
A criação da UTI neonatal e pediátrica marcou o início de uma nova era. Cada vida salva, cada sorriso de alívio dos pais, é um lembrete do impacto profundo que esse serviço tem em nossa comunidade. Este impacto é traduzido em números. Até a última atualização, em abril de 2024, 2.783 bebês foram internados na unidade, sendo 1.294 provenientes de Matão e 1.489 de outros municípios. Cerca de 20 cidades têm Matão como referência em UTI neonatal. A unidade dispõe de 10 leitos, sendo 7 de UTI neonatal e 3 de UTI pediátrica; Equipe multidisciplinar composta por: enfermeiros, técnicos de enfermagem, fonoaudióloga e fisioterapeuta. Para o acompanhamento das mães com gravidez de risco, existe a Casa da Gestante e a equipe do Lactário, que é responsável por armazenar, preparar e fornecer leite materno de acordo com as necessidades específicas de cada recém-nascido, isso garante que os bebês recebam a nutrição adequada e se desenvolvam de forma saudável. A médica e coordenadora da UTI neonatal, Dra. Andressa Massarenti Lopes Angelotti, destaca que a unidade está altamente capacitada para atender os recém-nascidos, e que, as mães, são devidamente orientadas em todo processo de reabilitação de seus filhos. “Com as visitas regulares dos pais, orientamos a praticarem o Método Canguru, que consiste em manter o recém-nascido prematuro em contato com a pele, na posição vertical, junto ao peito. Esse método, traz inúmeros benefícios como: favorecimento do vínculo mãe-filho; estimula o aleitamento materno, entre outros”. Vale lembrar que, são considerados prematuros, os bebês que nascem antes de completar 37 semanas de gestação. Para o ginecologista e obstetra, Dr. Mário Sergio Trevisan, a instalação da UTI Neonatal foi um marco histórico da cidade. “Hoje, somos referência em todo estado de São Paulo. Para nós, médicos, isso foi um avanço gigantesco em termos de segurança, estabilidade e tratamento nos casos de recém-nascidos prematuros, com alto e baixo risco, com má formação ou com algum tipo de trauma. Sem dúvida alguma, sem esta UTI, muitas vidas não teriam sido salvas”. Como foi o caso da Flávia, mãe do pequeno Rafael, que nasceu com 2.3kg e sofreu uma parada cardiorrespiratória. Ela relata que, ainda na sala de parto, recebeu a notícia de que seu filho teria poucas chances de sobreviver. “Hoje, eu posso dizer, com toda convicção, que eu devo a vida do meu filho a todos da UTI neonatal. Elas foram muito ágeis, fizeram massagem em seu peito e ele voltou a respirar. Estes procedimentos foram determinantes para salvar a vida dele”. O Rafael ficou 33 dias no hospital recebendo os cuidados e com visitas regulares da mãe. Hoje, com quase dois meses de vida, ele está em casa, com seus 3.1kg recebendo todo amor e carinho dos familiares. Pacientes de outras cidades contam que encontraram em Matão todo o amparo que necessitavam neste momento crucial de suas vidas. A Kelly Carolina Nanetti Lima, de Itápolis, teve uma gravidez de alto risco e entrou para sala de parto em junho de 2018. A Giulia, nasceu prematura de 32 semanas e com uma infecção. “Minha filha ficou na UTI 14 dias, foram momentos de muita angústia e incertezas. Meu tratamento foi algo inacreditável. Nunca imaginei que teria todo este suporte do SUS. Profissionais humanos, dedicados, amorosos, eu jamais vou esquecer tudo que fizeram por mim e pela minha filha. Hoje, a Giulia está com 5 anos, esperta, linda e cheia de saúde, graças a Deus e a UTI neo”, relata. E acrescenta. “Fomos tratados com muita dignidade e carinho pelo hospital de Matão. É um hospital que serve de exemplo para muitos, em todos os sentidos, principalmente na administração. Estão todos de parabéns. Gratidão eterna”. O Hospital Carlos Fernando Malzoni se solidariza com todas as mães que enfrentaram o medo do parto prematuro, da angústia dos pais que contaram os dias para levar seus filhos para casa, e parabeniza os profissionais, que dedicam suas vidas a cuidar dos mais vulneráveis. A UTI neonatal e pediátrica deve ser valorizada como uma jóia, não apenas pela estrutura que foi construída com tanto esforço e recursos próprios, mas também pelos equipamentos de última geração que salvam vidas todos os dias. É preciso reconhecer o milagre que representa para tantas famílias terem seus filhos de volta ao lar, com vida e saudáveis. Devemos apoiar e enaltecer este pilar essencial da nossa comunidade, garantindo que ele permaneça forte e equipado para enfrentar novos desafios. Atualmente, o prédio da UTI neonatal está passando por reformas. Um investimento de cerca de 220 mil reais foi disponibilizado para as novas adequações, sendo recursos advindos da Lei de Incentivo à Criança e do próprio hospital. A reforma consiste na troca da central de ar-condicionado com a melhor tecnologia e desempenho; ampliação da rede de gases (oxigênio, vácuo e ar comprimido) para instalação de mais dois leitos. Recentemente, 4 novas incubadoras foram doadas ao hospital pelas empresas Terral, Baldan, Supley e Econoroeste.
Assessoria de Comunicação do HCFM